Feira Nacional do Porco marca a resiliência para ultrapassar a crise na suinicultura
"Venham até ao Montijo e partilhem este momento de resiliência do setor da suinicultura". É este o convite feito por David Neves, presidente da Federação Portuguesa de Associações de Suinicultores (FPAS) para a Feira Nacional do Porco, a decorrer entre hoje e sábado, no Parque de Exposições Acácio Dores.
Depois de dois anos de interrupção devido à pandemia, a 25.ª edição desta feira - muito característica do Montijo - vai animar a cidade da margem sul do Tejo com uma programação diferente do habitual, tendo como mote a solidariedade e o bem-estar animal.
Este evento promete não só expor as principais novidades, mas também ser uma oportunidade de reencontrar e voltar a celebrar a suinicultura, ainda que num contexto particularmente difícil para o setor. David Neves conta ao DN que "a suinicultura entrou em crise profunda no segundo semestre do ano passado, no âmbito da pandemia, e atravessa agora um agravamento pelos efeitos da Guerra na Ucrânia".
No entanto, para combater estas dificuldades, a feira "é um sinal da resiliência e da capacidade que o setor tem de ultrapassar crises e continuar a apostar na inovação e na modernização". Logo, mais do que nunca, "é preciso unir o setor e dar ânimo a todos os que trabalham incansavelmente para garantir alimento na mesa dos portugueses".
A cidade do Montijo foi novamente escolhida para ser o palco da Feira Nacional do Porco. E não é por acaso: a suinicultura já faz parte da história do concelho. David Neves explica que o Montijo é "um dos polos de maior importância da suinicultura em Portugal". "É aqui que estão concentradas uma parte das empresas ligadas ao setor e a cidade posicionou-se como um dos pontos de abastecimento de carne na Grande Lisboa", sublinha.
Assim, após 24 edições, este evento tornou-se atrativo na cidade e é até reconhecido além fronteiras, tendo por isso uma projeção a nível local, nacional e internacional, uma vez que vários expositores vêm de Espanha. Uma das grandes novidades da edição deste ano tem a ver com o Prémio Inovação e o cariz de solidariedade social. "Este ano a feira vai premiar a inovação na área do ambiente, do bem-estar animal e da nutrição animal", com menções honrosas destinadas aos melhores classificados, informa o presidente da FPAS.
O Prémio Inovação vai "reconhecer o investimento das empresas nas áreas de investigação, desenvolvimento e inovação" e pretende ser um incentivo aos desenvolvimentos comerciais na suinicultura portuguesa.
No que diz respeito à solidariedade, pela primeira vez será atribuída parte da receita de bilheteira ao Centro de Acolhimento temporário para crianças em risco "Sol dos Meninos", no Montijo. "O setor entendeu que poderia ter uma componente social importante solidarizando-se com esta organização ao dar parte do produto da carteira", diz o presidente da FPAS.
Além destas iniciativas, vai realizar-se ainda um Concurso de Pintura Infantil, onde o tema principal será o porco, e o "Pig Parade", que é uma mostra de 10 porcos de fibra de vidro decorados por grupos de alunos das escolas da região.
A gastronomia e a exposição de animais vivos são também importantes atrações para os visitantes durante os três dias da feira. Tasquinhas, showcookings e concertos vão estar distribuídos por quatro pavilhões, com cerca de 350 expositores nacionais mas também estrangeiros.
Apesar de ser um evento predominantemente direcionado para os profissionais da suinicultura, a organização abrange um programa lúdico para toda a família, onde se destaca a atuação de Quim Barreiros, no dia 13 de maio às 22.00 horas.
A cerimónia de inauguração do evento realiza-se esta tarde, às 14.00 horas, com a presença da Ministra da Agricultura e Alimentação, Maria do Céu Antunes.
A entrada para a XXV Feira Nacional do Porco, que decorrerá entre as 10.30 e as 22.00 horas, tem um custo de três euros, dos quais um euro reverte para a instituição "Sol dos Meninos".