Faz-se menos 196 mil testes diários do que em janeiro. Se necessário, task force proporá alterações

Em janeiro, a média de testes diários à covid-19 era de 257 mil, em fevereiro era de 129 mil e em março está a ser de 61 mil. Mas os casos de infeção estão, de novo, a aumentar. Em respostas ao DN, a Task Force para a testagem diz estar a acompanhar a evolução da situação e, se for necessário, proporá alterações às medidas atualmente em vigor.
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O número diário de novas infeções de covid-19 abrandou a meio de fevereiro em Portugal. Os especialistas avançavam que o país deveria atingir a estabilização no final desse mês ou princípio de março entre os cinco mil e os 10 mil casos, mas afinal não. O mínimo de casos que registou foi de nove mil, para em seguida começar a aumentar. Há já quem fale em nova onda. No entanto, as autarquias reduziram o número de testes gratuitos à população, de quatro para dois, no caso de Lisboa, e vários postos de testagem foram desativados. Por exemplo na capital, apenas se vão manter em funcionamento quatro postos fixos, no Campo Pequeno, Parque das Nações, Cais do Sodré e Martim Moniz. Cada posto vai ter um enfermeiro para ajudar o cidadão a realizar um autoteste.

O país passou de uma estratégia de testagem em massiva para a testagem seletiva, tal como tinha sido proposto pelos peritos que têm apoiado o Governo nas fases de alívio das restrições. A questão agora é: E se o número de casos disparar e se se estiver de facto a iniciar outra onda?

O DN questionou a Task Force para a testagem, coordenada pelo presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), Fernando Almeida, e a resposta dada foi: "A Task Force da Testagem mantém-se a acompanhar a evolução da situação epidemiológica, em colaboração com as autoridades de saúde, pelo que, se se entender necessário, poderá propor, superiormente, a alteração das medidas de testagem atualmente em vigor, em função do contexto de saúde pública, que é, naturalmente, seguido com atenção".

De acordo com o relatório das Linhas Vermelhas, publicado pelo INSA na sexta-feira passada, Portugal continua com uma taxa de positividade na testagem muito acima do limiar definido internacionalmente como de risco, que é de 4%, ao registar, a nível nacional, uma proporção de testes positivos para SARS-CoV-2 da ordem dos 20,1%, depois de, na semana anterior, ter registado 13,5%. O mesmo relatório indica que a tendência observada é a de que esta positividade irá aumentar ainda mais, tendo-se observado "uma diminuição do número de testes para deteção de covid-19 nos últimos sete dias".

Dados disponibilizados ao DN pelo INSA, revelam que o país está a realizar em março, em termos médios, menos 196 mil testes do em janeiro. Até ao dia 9 de março, a média diária foi de 61 mil testes, enquanto em janeiro esta média era de 257 mil e, em fevereiro, de 129 mil. Sendo que, e quando se compara com os números de testes realizados no mesmo período homólogo, mas no ano passado, a diferença ainda é maior. Basta referir que em março de 2021 a média de testes diários era de 28 mil testes e, em fevereiro de 33 mil, em janeiro, altura em que se registou o maior pico de toda a pandemia, a média diária foi entre os 40 e os 50 mil, havendo dias em que foram realizados mais de 70 mil testes.

Neste momento, e como explica a Task Force para a testagem nas respostas ao DN, a vigilância à evolução da doença mantém-se, até porque uma das preocupações é a deteção de uma nova variante. "Ainda que se verifique uma diminuição dos números de testagem, em função da atual situação epidemiológica e na sequência das medidas aprovadas na Resolução do Conselho de Ministros n.º 2-A/2022, de 7 de Janeiro, Portugal mantém uma atenção dirigida, nomeadamente quanto à deteção do eventual aparecimento de novas variantes de preocupação, através da coordenação da rede nacional de sequenciação genómica".

Por isso, sublinha, caso seja necessário será sempre possível propor alterações às medidas em vigor para a testagem.

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