Fatura da luz pode baixar quase 10 euros em caso de desconfinamento progressivo em 2021
A Covid-19 alterou os padrões de consumo de eletricidade dos portugueses. A passagem para o teletrabalho e telescola e o confinamento aumentou o tempo passado em casa, aumentando significativamente as faturas de energia elétrica.
Um estudo realizado pelo gestor de faturas online Payper, concluiu que, entre março e junho de 2020, o consumo de energia nas habitações em Portugal terá subido em média 23%, face ao mesmo período do ano passado.
Recorrendo a um algoritmo de inteligência artificial, que foi aplicado a 388 mil faturas submetidas na plataforma este ano, com 95 mil locais de consumo, o serviço conclui que a despesa média mensal por habitação ascendeu aos 70,55 euros por mês. Segundo a mesma fonte, em caso de desconfinamento progressivo em 2021, a fatura mensal poderá baixar 13,5%, para um valor de 61 euros. Feitas as contas, a diferença poderá ser de 9,55 euros.
O estudo comparou ainda os distritos onde as famílias têm mais despesas com a eletricidade. É em Bragança onde, em termos médios, os consumos mensais são mais elevados (107,59 euros), seguido por Leiria (81,97 euros) e de Beja (79,85 euros). A despesa média mensal mais baixa com eletricidade, de acordo com os dados do Payper, é na Guarda, com 55,09 euros.
O distrito do Porto (€77,50) é o sexto dos 18 distritos onde a despesa mensal com eletricidade na habitação é mais elevada. Já em Lisboa a despesa média com eletricidade ronda os 64,47 euros, tornando o distrito no quarto onde estas despesas mensais são menores.
"O que sucede é que os portugueses gastam demasiado em eletricidade por não estarem informados e não compararem as ofertas comerciais disponíveis, pois acreditamos que se ajustassem o tarifário ao seu consumo em 2020 cada consumidor poderia ter poupado cerca de 100 euros", explica Nuno Costa, Data Analyst do Payper, citado em comunicado.
O estudo nota ainda a redução do IVA da eletricidade, para os clientes domésticos com potência contratada até 6, kWh, em vigor desde este mês. No consumo dos primeiros 100 kWh mensais o IVA reduzido permitirá, em média, poupar 1,6 euros por mês (até 19,2 euros por ano).
Ainda em matéria de impostos, o estudo refere ainda o desconto para as famílias numerosas, que entra em vigor em março de 2021. Nestes casos, as famílias poderão ter uma taxa intermédia de IVA nos consumos mensais até 150 kWh, com uma estimativa de poupança de 2,23 euros por mês.
Cátia Rocha é jornalista do Dinheiro Vivo.