A névoa matinal era de tal forma intensa, ontem, na Praia da Barra, em Ílhavo, que nem se conseguia ver o farol. Mas os pequenos artistas das Construções na Areia, iniciativa patrocinada pelo DN, levavam a lição muito bem estudada e deram forma a inúmeros faróis no areal..Dando asas à imaginação, esculpiram os já habituais galos, as guitarras, os castelos, as âncoras, as tartarugas, os sapos... E até Luís de Camões..Uma vez mais não faltaram escultores experientes na Praia da Barra. Diogo Dias descende de uma família de especialistas na arte de esculpir a areia. "O meu irmão mais velho ganhou sempre o primeiro prémio e foi duas vezes à final", contou, orgulhoso, acrescentando que já não se recorda de quantas vezes participou na iniciativa. Este ano levou ao concurso uma varina, com a típica canastra à cabeça, e arrecadou o primeiro prémio do Escalão B. "Como o tema era 'Made in Portugal', resolvi fazer a varina, que é um símbolo do País", explicou..O segundo prémio foi para outra veterana: Liliana Resende, de 11 anos. Aos oito arrecadou o segundo prémio do Escalão A e, desde então, tem ficado sempre em primeiro lugar. Ontem deu forma a um grande sapo, que se fez acompanhar de uma garrafa de vinho do Porto. "Um sapo bêbedo", frisou..O terceiro lugar foi para Ana Vieira, que participou pela quarta vez nas Construções na Areia, com uma âncora, "por causa do tema e do Museu Marítimo de Ílhavo"..No escalão A, dos seis aos 11 anos, uma guitarra portuguesa deu a vitória a Vasco Pereira que, apesar de apenas ter treinado a sua escultura uma vez, conseguiu convencer os jurados: Rogério Carlos (assessor do Departamento de Educação da Câmara Municipal de Ílhavo), Lisete Cipriano (chefe da Divisão de Cultura, Turismo e Juventude da CMI) e Liliana Ramos (arquitecta na CMI). O segundo prémio foi para a tartaruga de Pedro Almeida e o terceiro para o farol do Diogo Matos.