Famílias estão a ser mais bem apoiadas. Falta soluções na saúde e bombeiros
Filipa Horta - Técnica de Serviço Social
Trabalho na área da infância e juventude e o que tenho notado é uma melhoria na qualidade de vida das famílias, quer no tipo de bens que conseguem ter disponíveis, quer no que diz respeitos aos serviços a que acedem. Também sentimos que existe uma preocupação cada vez maior com a proteção da família e da criança. Cada vez mais se tenta preservar a criança no seio familiar e isso não era o que acontecia anteriormente. Lembro que em 2012 surgiu o programa de emergência alimentar e nessa altura não tínhamos vagas, agora há muito menos pessoas a recorrer a esses apoios. Na altura da crise foi muito duro e agora temos sentido que há uma evolução. A proteção às famílias está a revelar-se importante.
Humberto Morgado - Bombeiro profissional
Os bombeiros profissionais continuam à espera da alteração do seu estatuto. Foi prometido por este Governo, mas ainda não saiu da gaveta. Já houve uma proposta em 2017 para alterar o estatuto existente, que está obsoleto, e que não acompanhou a evolução da sociedade, e que em nada dignifica a profissão de bombeiro. Um bombeiro profissional da carreira de municipal, ganha o salário mínimo, após seis meses de formação especializada com mais de mil horas de formação, para desempenhar uma profissão de alto risco. Até ao momento, o Governo ainda não fez nada por esta profissão.
Fabio Basso - motorista da UBER
A minha vida melhorou nestes três anos, estou na Uber há dois anos e meio e neste tempo a minha vida teve um grande desenvolvimento maior, também devido ao turismo. Hoje tenho uma empresa e carros a trabalhar com a plataforma, consegui melhorar em termos profissionais e até consegui ter dinheiro para mudar da casa. Mesmo estando as casas muito caras, consegui melhorar a minha vida. Por isso, para mim está a ser bom. Quando vi para Portugal quis trabalhar no que fazia no Brasil, filmes publicitários, mas cá o salário é muito menor e foi na Uber que consegui ter um salário digno para poder viver com a minha família.
Henrique Paiva - Reformado
Para mim durante estes três anos não mudou nada. A geringonça [solução de governo pela qual ficou conhecido o acordo parlamentar entre o PS e os restantes partidos de esquerda] agravou o estado do setor da saúde. Antes, ia ao hospital e resolviam-me os problemas, agora nunca há vagas, não operam. Só me têm complicado a vida. Para os doentes ficou pior. Dizem que sou isento [nos pagamentos] mas não sou e ainda me cortaram na reforma por causa dos escalões. O meu médico mandou operar-me, mandaram-me um cheque para o St. Louis (Lisboa) e depois lá disseram-me que não me operavam e devolveram o meu processo ao Santa Maria. E ninguém resolveu nada.