Eurofóbicos de costas durante o hino da UE
Este gesto de protesto ocorreu durante a sessão inaugural do novo hemiciclo saído das eleições europeias de maio. Nele há 751 eleitos, 21 dos quais são portugueses.
Antes de a eurocâmara eleger o social-democrata alemão Martin Schulz para seu presidente, os eurodeputados da Frente Nacional, partido de extrema-direita francesa liderado por Marine Le Pen, mantiveram-se sentados enquanto tocou a "Ode à Alegria" de Beethoven. Os do Partido para a Independência do Reino Unido (Ukip), de Nigel Farage, fizeram saber que o hino e a bandeira da UE "são dois símbolos da servidão numa união política que o povo britânico rejeitou".
Mas se muitos estiveram de costas, uma imagem da Reuters mostra pelo menos um eurodeputado do grupo de protesto a tirar uma fotografia a si próprio, com o telemóvel, de forma a apanhar os colegas de costas.
Indignados com o sucedido, outros eurodeputados protestaram. Muitos pelo Twitter. Philippe Juvin, do partido francês UMP, que integra o Partido Popular Europeu, disse que os eurofóbicos são "débeis, 100 anos após o suicídio colectivo", numa referência ao centenário da I Guerra Mundial. "Indivíduos sem vergonha", afirmou, por seu lado, a eurodeputada liberal francesa Sylvie Goulard.
"Eu vi as dezenas de deputados que hoje ostensivamente viraram as costas à orquestra que tocava o hino da Europa, ou que permaneceram sentados. Vejo a dimensão das correntes antieuropeias que germinaram e estão a crescer dentro da própria Europa", comentou Marinho e Pinto, que se vai sentar na bancada do grupo político liberal ALDE, citado pela agência Lusa a partir de Estrasburgo.
Eurocéticos, populistas e extremistas representam cerca de 23% do novo Parlamento Europeu.