EUA anunciam acordo superior a dois mil milhões de euros para venda de mísseis e tanques a Taiwan

Acordo inclui a venda de 108 tanques M1A2T Abrams e 250 mísseis Stinger. A China já veio dizer que se opõe e pede aos EUA que cancelem o negócio.
Publicado a
Atualizado a

O Departamento de Defesa dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira um acordo para venda de mísseis e tanques a Taiwan, num valor que ascende a 2,2 mil milhões de dólares (2 mil milhões de euros).

O acordo, que inclui a venda de 108 tanques M1A2T Abrams, além de 250 mísseis Stinger, "não vai afetar o equilíbrio militar na região", segundo Washington.

A venda acordada entre os EUA e Taiwan inclui outros veículos e munições.

O Pentágono informou o Congresso na segunda-feira sobre o contrato, com o qual os EUA reforçam o estatuto de principal fornecedor de armas para a ilha.

Os Abrams M1A2T "vão contribuir para a modernização da frota de tanques, aumentando a sua capacidade de enfrentar ameaças regionais presentes e futuras e fortalecer a segurança nacional" de Taiwan, acrescentou.

Com os mísseis, Taiwan procura "expandir a estrutura da sua área de defesa existente para responder a ameaças", reforçou o Pentágono.

Washington, apesar de ter rompido as relações diplomáticas com Taipé para reconhecer Pequim como único representante da China, continua a ser, no entanto, o aliado mais forte daquela ilha e o seu principal fornecedor de armas.

O Ministério das Relações Exteriores da China reagiu esta terça-feira ao afirmar que se opõe ao acordo entre EUA e Taiwan e pediu aos norte-americanos para que cancelem o negócio.

No dia 30 de maio, a China acusou os EUA de estarem a "brincar com o fogo" ao procurarem fortalecer relações com o território reivindicado pelo governo chinês, e ao enviarem navios para o estreito de Taiwan.

A China cortou os contactos com o governo da presidente Tsai Ing-wen, do Partido Progressista Democrático (DPP), pouco depois da sua eleição, em 2016, e implementou uma estratégia para reduzir o apoio entre os eleitores da ilha.

Isto inclui incentivos para os taiwaneses trabalharem na China, apelando especialmente aos jovens e trabalhadores do setor tecnológico, frustrados pelo pequeno mercado taiwanês e pelos salários estagnados.

Pequim tem também isolado Taiwan: nos últimos três anos, cinco países cortaram relações diplomáticas com Taipé, que tem agora apenas 17 aliados diplomáticos.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt