Está zangado? Não, é cara de desprezo
Já se perguntou o que se passa na vida de figuras públicas como Kristen Stewart, Victoria Beckham, Kanye West ou Anna Kendrick para que tenham sempre cara de poucos amigos? Bem aparentemente todos sofrem de Resting Bitch Face (RBF, na sigla em inglês). Em português, esta condição pode ter a tradução politicamente correta de cara de desprezo.
Dois cientistas do comportamento, Jason Rogers e Abbe Machbeth, da Noldus Information Technology, recorreram ao software da empresa FaceReader para examinar caras com expressões RBF e outras sem esta expressão e identificaram as diferenças.
Depois da análise às imagens, os cientistas concluíram que mais do que uma piada da internet - como o vídeo feito há dois anos pelo canal Broken People -, a cara de desprezo é uma expressão que "nos faz pensar duas vezes cada decisão quando alguém nos faz essa cara".
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Na verdade, esta expressão é um ato inconsciente e pode resultar até quando não se está a pensar em nada. E já trouxe problemas às celebridades que muitas vezes são apanhadas com esta expressão no rosto. É o caso de Anna Kendridck: "Quando alguém tira uma fotografia e apareço em segundo plano, olho para ela e penso, 'oh meu Deus o que se passa comigo?'", admitiu a atriz no ano passado no "The Late Late Show With James Corden".
O estudo que mostra a falta de intencionalidade nestas caras de poucos amigos foi publicado em outubro no site da empresa, mas só agora os media norte-americanos lhe deram eco. O objetivo dos autores era que esta descoberta "fosse divertida e levada não muito a sério, mas que tivesse alguns dados científicos que a legitimassem", referiu Abbe Macbeth ao jornal Washington Post.
O software utilizado para analisar as expressões procura mais de 500 pontos no rosto para detetar os sinais de várias emoções, incluindo aquelas que não são tão óbvias, como aquela que é mais presente em que sofre de RBF: o desprezo. A expressão facial típica é de neutralidade, com apenas 3% de emoções escondidas, incluindo um toque de desprezo. No entanto, na RBF o nível de emoções quase que duplica para 5,76%, com o maior aumento a registar-se no nível de desprezo presente.
"O FaceReader não detetou desprezo suficiente para refletir verdadeiro desprezo, porque estas caras não estão verdadeiramente a refletir o sentimento de desprezo", referem os investigadores no blogue onde estão publicadas as conclusões. "Apenas parece desprezo a quem vê a expressão. Assim, é a perceção desse subtil e inconsciente desprezo que define a RBF".
Apesar de esta expressão estar mais ligada a mulheres, os homens também sofrem deste problema. Se acha que pode ser uma das vítimas de cara de desprezo pode contactar os autores do estudo. Basta enviar uma fotografia onde não tenha nenhuma expressão facial particular para o email jason@noldus.com e pedir uma análise.