Esclarecida a genética do ciclo diário das plantas

A adaptação do mundo vegetal ao ciclo solar é controlada por um grupo de 12 genes com atuações precisas ao longo do dia. A descoberta pode ter vastas implicações na agricultura.
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Cientistas da Universidade de Edimburgo identificaram a genética que controla o metabolismo das plantas e o chamado "relógio interno" que regula o ritmo biológico diário. Segundo a BBC, os investigadores conseguiram detetar um total de 12 genes que, ao atuarem em conjunto em determinados momentos do dia, preparam a planta para as horas de sol ou de noite. Esta investigação pode ter profundas implicações na agricultura, já que o gene que controla a dormência também está ligado à florescência. Os resultados foram replicados por outra equipa baseada em Barcelona.

Em causa, está a compreensão do chamado "ciclo circadiano", uma variação do metabolismo de todas as plantas conforme o ciclo solar diário. As plantas têm vários ritmos de absorção de nutrientes ou de água, fotossíntese ou respiração, conforme a sua exposição à luz solar, existindo um ciclo diário que foi pela primeira vez detetado na década de 30 do século passado e que ocorre em plantas e bactérias. O termo cirdadiano vem do latim "circa diem", ou "cerca de um dia".

O que entretanto se compreendeu foi que os genes envolvidos podem preparar a planta, por exemplo, para uma fase dormente.

No caso deste estudo, foi descoberta uma proteína, conhecida por TOC1, que à noite pode reduzir a atividade dos genes. Antes, pensava-se que esta proteína estava ligada ao aumento do metabolismo. Citado pela BBC, o chefe da equipa de cientistas, Andrew Millar, explicou que "o relógio biológico é particularmente importante para as plantas se prepararem para o dia e para a noite, armazenando energia para o crescimento.

Compreendemos agora como funcionam os 12 genes e como eles são típicos de determinadas horas do dia". Os mesmos genes estão envolvidos no controlo do ritmo diário em diferentes espécies e até em algas unicelulares. Embora a esperança de aplicações agronómicas seja elevada, falta ainda aos investigadores compreender a genética da fotossíntese, da absorção de azoto ou da fragrância, aspetos cruciais na vida das plantas.

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