Ericeira: bom peixe, neblinas matinais e o melhor surf

Estatuto de reserva mundial da modalidade, a primeira na Europa, pôs a vila no mapa das competições mundiais e deu-lhe nova vida.
Publicado a
Atualizado a

O jovem largou a imperial a meio, sobre o balcão, e veio direito a Ricardo Pires. "É a primeira vez que aqui estou", diz num inglês hesitante, de sotaque indecifrável. "Autografas-me a prancha? Está lá fora no carro". É um pedido quase ansioso, cheio de admiração. Ricardo sorri. "Eu não sou o Tiago" diz ele. Mas o outro contrapõe. "És surfista, não és?". Ricardo assente. Sim, há muitos anos que é surfista. "Então dás-me o autógrafo, vou buscar a prancha", remata o jovem. E lá vai, entusiasmado. Ricardo ri-se. A Ericeira, hoje, também é isto: terra de surf, que pede meças às Malibus e aos Hawais do planeta.

Pendurada no penhasco, com as suas casas brancas e azuis, tantas vezes envolta em nevoeiros e brumas que nunca deixam a temperatura subir demais no tempo quente, a Ericeira milenar, balnear e piscatória ganhou o surf. E os surfistas chegam de todo o lado, em busca das melhores ondas, 12 meses por ano.

Com o irmão, Tiago, que brilhou na alta competição e se tornou um dos melhores do mundo na modalidade, Ricardo tem ali na Ericeira, junto ao parque de campismo, uma escola de surf, a Tiago Pires Surfschool. É a materialização de um projeto, o de legar aos mais novos o gosto e a técnica da modalidade, e é também a sequência natural de toda uma vivência de ambos nas praias da região, desde há 25 anos.

Leia mais pormenores na edição impressa ou no e-paper do DN

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt