Em 2017 o aquecimento do planeta bateu mais recordes
O relatório anual da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) dos Estados Unidos, publicado no Bulletin of the American Meteorological Society, baseia-se em informações prestadas por mais de 500 cientistas em 65 países.
Conclusão: O aumento das temperaturas tem paralelo nos valores recorde registados na concentração de gases de estufa e no aumento do nível do mar.
Em 2017, a média global de concentração de CO2 (dióxido de carbono) era de 405 partes por milhão (ppm), a mais alta nos 38 anos de registos climáticos globais e dos registos a partir das amostras de gelo com 800 mil anos. Idêntico aumento foi medido nas concentrações de metano e de protóxido de azoto.
As temperaturas à superfície do planeta aumentaram de 0,38 a 0,48 graus em relação à média do período de 1981 a 2010. Os quatro últimos anos (2014-2017) foram os mais quentes até hoje medidos. Vários países, como a Argentina, a Bulgária, a Espanha ou o Uruguai registaram recordes absolutos. Picos de calor foram medidos em janeiro, na Argentina - 43,4 graus - e no oeste do Paquistão - 53,5 graus.
O nível das águas do mar subiu, em média, cerca de 7,7 centímetros em relação à média de 1993. Tem-se registado um aumento médio de 3,1 centímetros por década.
Os oceanos acumularam uma quantidade de calor sem precedentes. Este é um indicador crucial do aquecimento global, porque os oceanos absorvem mais de 90 por cento do calor adicional resultante do efeito de estufa. Esta mudança destruiu corais numa dimensão inédita, atingindo em algumas formações a destruição de 95 por cento.
As extensões de gelo nas duas regiões polares estavam no valor mais baixo em 2017. O registo mais baixo foi em 1 de março desse ano.
As chuvas extremas foram, de forma geral, mais abundantes do que a média, com episódios torrenciais devastadores na Índia, na estação das monções, na Venezuela, em agosto e setembro, e na Nigéria, nestes mesmos meses. A Rússia viveu o ano mais húmido desde 2013.
Em contraste, secas severas ou extremas aconteceram em todos os continentes, exceto a América do Norte. Os mais afetados foram algumas zonas da América do Sul, da África, da Índia, da Rússia da China e da Austrália. Os incêndios em Portugal, em Espanha e no estado de Columbia Britânica, no Canadá, são exemplos das consequências diretas das mudanças do clima.
Em 2017, houve 85 ciclones tropicais com direito a nome, acima da média de 1981 a 2010 que foi de 82.