"É vertiginoso." Fogo em Oleiros atinge 15 mil hectares e tem frente por dominar

No incêndio que começou domingo em Proença-a-Nova, arderam 500 hectares por hora, segundo o comandante distrital. Frente norte em Oleiros ainda preocupa. No terreno estão mais de 1000 operacionais.
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O grande incêndio que lavra em Proença-a-Nova - onde começou no domingo -, Oleiros e Castelo Branco ainda só foi dominado em 50% da sua extensão e já atingiu uma área de 15 mil hectares, com um perímetro de 60 km. "É vertiginoso", definiu o comandante operacional distrital, que está otimista para o período da noite, em que considera ser possível dominar o fogo, a sobretudo a frente norte em Oleiros, a mais preocupante.

"Os trabalhos estão a evoluir muito favoravelmente, estamos a resolver e durante a noite podemos conseguir resultados melhores", disse Luís Costa Belo, comandante operacional distrital, que referiu ser a frente norte, em Oleiros, a mais preocupante atualmente. "Está perto dos limites do distrito de Coimbra", disse.

O responsável admitiu que houve património afetado - como barracões e casas devolutas - mas não se consegue ainda fazer um balanço. A nível de populações, o comandante disse que algumas das pessoas retiradas de aldeias já regressaram a casa enquanto outras permanecem nos centros de acolhimentos mas com perspetivas de regresso em breve. Oito pessoas foram retiradas de suas casas nas localidades de Pisureira e Rouco devido à ameaça das chamas.

O fogo começou há 29 horas - tendo em conta que o comandante falava às 19. 30 - o que dá uma média de 500 hectares consumidos por horas. "É algo vertiginoso", definiu Luís Costa Belo, lembrando a energia libertada, a carga de combustíveis e a quantidade de bens a defender.

No terreno estavam, às 19.30, 1043 operacionais, 342 viaturas e oito meios aéreos. Durante o dia estiveram 16 meios aéreos.

A "cabeça" virada a norte, em Oleiros, é assim a mais preocupante. Luís Costa Belo disse que 50% do incêndio está dominado, com 30% consolidado, realçando aqui o contributo de máquinas de rasto cedidas pelos municípios. No total, com equipamento também do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e das Forças Armadas, estão no terreno 16 máquinas de rasto.

Durante a tarde, Fernando Jorge Marques, presidente do município de Oleiros, salientou ainda que a zona industrial do concelho escapou incólume às chamas, que estiveram a "10 metros", elogiando o trabalho dos operacionais no terreno e das máquinas de rasto.

Fernando Jorge Marques disse também que se registaram reacendimentos "muito fortes" em Sarnadas de São Simão e Isna, mas que devido às falhas de comunicação não conseguia saber o ponto da situação.

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