E vão dez. Peniche volta a receber os melhores surfistas do planeta
Reunidas as condições ideais para a prática do surf será bem cedo, pelas 7:45, que começará já esta terça-feira, 16 de outubro, o MEO Rip Curl Pro Portugal, competição que reúne a elite do surf mundial na praia de Supertubos, em Peniche, pelo décimo ano consecutivo. E a décima e penúltima etapa do circuito mundial masculino da WSL (World Surf League) deverá ser importantíssima na luta pela coroa de melhor surfista do planeta de 2018
Entre os 36 atletas que no máximo até ao próximo dia 27 - mediante as condições meteorológicas e do mar - vão lutar por cada onda para vencer a prova, está Frederico Morais, conhecido por "Kikas", que é por esta altura o nome maior do surf nacional e que compete ao mais alto nível e a tempo inteiro no circuito mundial. Vasco Ribeiro, de 23 anos, que surfa o circuito de qualificação mundial, e Miguel Blanco, de 22 anos, que foi campeão nacional, competirão também através de convite.
Mas a tarefa da armada portuguesa não se afigura fácil, não só porque do outro lado estão os melhores do mundo, mas pelos objetivos que alguns trazem. O líder do circuito mundial, o brasileiro Gabriel Medina, venceu em Peniche o ano passado e uma vitória deixa-o mais perto de repetir o título mundial de 2014. Referiu na conferência de imprensa de apresentação que as "expectativas são as melhores" e que tem "trabalhado duro" para uma "etapa importante" num país que é uma "segunda casa". Destacou ainda a importância de ter a família presente a dar apoio.
O mesmo argumento foi utilizado pelo compatriota Filipe Toledo, que já sabe o que é ganhar em Peniche (2015) e está colado a Medina, que pode ser já campeão nesta etapa, na classificação. "É um prazer está de volta aqui, liderei a maior parte do ano, mas estou tranquilo apesar de o último resultado [França] não ter sido o esperado. Parabéns aos adversários. Agora é divertir-me durante o evento e esperar que as ondas melhorem. Portugal é um lugar alucinante", afirmou.
Na cauda da luta, mas com todo o ímpeto, depois da vitória na última etapa, em França, está o Australiano Julian Wilson, também ele conhecedor do que é vencer em Peniche (2013). Apesar disso, desafiado a revelar o segredo que leva um surfista à vitória em Supertubos, a resposta foi um simples "não", para gargalhada geral no auditório. Mais a sério, admitiu que está ansioso com a etapa portuguesa e que quer "as coisas comecem" depois de "duas grandes semanas em França". Sobre Peniche, disse tratar-se de uma onda que deixa toda a gente "excitada".
Mesmo habituados a estas ondas, a jovem "equipa" nacional para a etapa de Peniche do Circuito Mundial da WSL mostra-se entusiasmada com a participação. Kikas admite que "sempre" imaginou estar nesta situação, porque "sonhar não custa", mas que "é preciso trabalhar muito". "Estar como residente do circuito é um orgulho e um objetivo realizado. Sinto-me bem, feliz, em casa, com família, amigos e com mais dois portugueses na água é sorrir e surfar".
Frederico Morais acrescentou ainda ao DN que estar a surfar em casa, com as pessoas de olhos postos no "melhor surfista português da atualidade", tem tanto de pressão, como de motivação. Mas, ao fim ao cabo, é simples: "é fixe".
Vasco Ribeiro destacou mais um "momento de aprendizagem com os melhores do mundo" e, por seu lado, Miguel Blanco falou na "honra de representar Portugal".
O presidente da Câmara Municipal de Peniche, Henrique Bertino, começou a sua intervenção a saudar aqueles que são, no fim de contas, os principais responsáveis de todo o aparato: "os surfistas são a razão disto tudo". "Esta é uma área crucial que queremos manter e desenvolver e procuramos melhorar a nossa parte", acrescentou.
"Queremos que os atletas se sintam bem cá", frisou ainda Henrique Bertino.
Além do autarca, marcou ainda presença na apresentação da prova Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, que destacou o facto de o país ter "muito a ver com o lifestyle e moda do surf", e recebeu ainda o agradecimento de Francisco Spínola, principal organizador da etapa de Peniche e responsável da WSL para a Europa, África e Médio Oriente, que destacou o facto de o Turismo de Portugal estar desde a "primeira hora com o projeto".
As montagens das estruturas do evento começaram cerca de um mês antes, em meados de setembro, com cerca de 70 pessoas. No evento trabalham de forma direta aproximadamente 400 pessoas.