Dupla D&D fabricou o golo que impediu Diogo Costa de contrariar a malapata do clássico de sexta-feira

Cinco anos depois o Benfica voltou a vencer o FC Porto no Estádio da Luz (1-0). Tal como há um ano dragões ficaram reduzidos a dez jogadores bem cedo, devido à expulsão de Fábio Cardoso. Di María decisivo, marcou o quinto golo desde que regressou.
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O magro triunfo do Benfica no clássico da 7.ª jornada da I Liga acaba por também por premiar a atitude defensiva do FC Porto, que ficou reduzido a dez jogadores antes dos 20 minutos de jogo. Além de perder o jogo (1-0), a equipa portista perdeu também a liderança do campeonato, agora na posse do campeão, de forma provisória, uma vez que o Sporting só joga sábado (em Faro, às 20.30, Sport TV). Di María voltou a ser decisivo e mostrou que pode (e deve) jogar com David Neres.

Há um ano, num clássico a uma sexta-feira (21 de outubro) os dragões receberam as águias e ficaram a jogar com dez aos 27 minutos, depois de Eustáquio ter visto dois cartões amarelo em três minutos e perderam por 1-0. Hoje, na Luz, o filme repetiu-se. Os portistas ficaram com menos um aos 19 minutos, com a expulsão de Fábio Cardoso aos 19 minutos (igualou Secretário como a expulsão mais rápida do FC Porto em clássicos frente ao Benfica) e acabou derrotado e também por 1-0.

O lance marcou o jogo. Um contra-ataque benfiquista, Neres e Fábio Cardoso dividem o lance e o brasileiro cai na sequência de um carrinho. Não havia mais nenhum defesa, mas o extremo não ficava enquadrado com a baliza. À primeira vista, parecia exagerado, mas depois de consultar o VAR, João Pinheiro manteve o cartão vermelho direto e deitou a estratégia de Conceição por terra. Ir a jogo sem Pepe (nem viajou para Lisboa) e ficar sem Fábio Cardoso tão cedo obrigou o técnico a lançar o jovem Zé Pedro. O sacrificado foi Romário Baró, que tinha sido a surpresa no onze inicial.

Foi uma espécie de reinício de jogo. O Benfica tinha entrado melhor. Assim que João Pinheiro apitou Di María deu sinal que ao Benfica ia. Depois os dragões foram tendo mais bola, mas mastigavam-na demais a meio campo e a partida chegou aos 30 minutos sem qualquer oportunidade de golo. Depois de mais um susto - David Carmo esteve perto de ser expulso, mas o VAR retirou até o cartão amarelo - a equipa portista estabilizou emocionalmente e obrigou Turbin a mostrar que não estava nada nervoso com o seu primeiro clássico. Se aos 30 minutos evitou o golo de Taremi, aos 40' impediu Pepê de colocar o FC Porto em vantagem.

O jogo abriu nos últimos minutos da primeira parte. Apesar de não aproveitarem a vantagem de ter mais espaço para jogar, os encarnados, num ressalto, incomodaram Diogo Costa, que na ausência de Pepe e Marcano capitaneou ou azuis e brancos no 254 clássico da história do futebol português.

Com João Mário no banco e Rafa desinspirado, João Neves voltou a dar um recital de bem conduzir a bola. E o segundo tempo pedia paciência na circulação de bola para obrigar ao desgaste rápido dos adversários... concentrados nos últimos vinte metros quadrados, numa espécie de barreira protetora da baliza. O Benfica a construir e o FC Porto a destruir... O Benfica a construir e o FC Porto a destruir... O Benfica a construir e o FC Porto a destruir... a cena repetiu-se largos minutos.

Aos 53' o poste colaborou com Diogo Costa para impedir o golo dos campeões nacionais. Tentativa de grande nível técnico de Orkun Kokçu, que galvanizou as bancadas com mais de 60 mil benfiquistas. A Luz chamava pelo golo, mas o guarda redes portista teimava em fazer orelhas moucas e manter as luvas quentes. Os 56 minutos o lance que prova que David Neres e Di María podem jogar juntos, foi travado por Diogo Costa.

Por esta altura o jovem guardião era o melhor em campo e o sufoco benfiquista era de tal ordem que Galeno, obrigado a missões defensivas festejava cantos... Sempre dava para respirar um pouco, mas não resolvia o problema e o Benfica chegou ao golo que tanto procurou. O lance teve carimbo da dupla D&D. David Neres puxou para dentro, cruzou largo e Di María rematou de primeira, de pé esquerdo. A bola ainda desviou em Wendell e Diogo Costa em contra-pé nada conseguiu fazer para evitar o golo.

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O argentino campeão do Mundo já tinha marcado no clássico da Supertaça, que o Benfica conquistou em agosto e voltou ontem a fazer um golo ao emblema azul e branco, consumando o melhor início de época da carreira, com cinco golos em sete golos. O de ontem valeu três pontos e liderança (embora provisória) do campeonato ao Benfica, que passados cinco anos voltou a vencer um clássico na Luz.

isaura.almeida@dn.pt

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