Doze badaladas, esperança renovada

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Ao ouvir as 12 badaladas que marcam a entrada do Ano Novo, dei por mim, como presumo que tenha acontecido com muitos dos demais, a pensar nos 12 desejos para este ano em que tantos acontecimentos relevantes vão acontecer. Fazer este exercício ao mesmo tempo que celebramos em modo "alegria coletiva" e que deglutimos as passas não é, convenhamos, tarefa fácil, mas é quase obrigatória essa reflexão.

Parando para pensar, a Humanidade sempre foi capaz de encontrar uma forma coletiva de renovar a sua Esperança. Os votos de que o futuro - que rapidamente se transforma em presente - seja melhor e mais próspero que o passado, é um sinal de união entre os Homens.

Por isso também se celebra a entrada de um novo ano: a esperança que seja sempre melhor do que aquele que terminou. Ora, essa esperança coletiva não é mais que o desejo inabalável do Homem e da sua crença na procura da felicidade.

E por vezes é preciso tão pouco para alcançar tanto. Para 2022 ser melhor que o seu antecessor, todos temos de dar um pequeno contributo. Certamente uns mais que outros, mas todos temos um importante papel a desempenhar.

Creio ser unânime este desejo de que seja neste ano que finalmente possamos voltar a ter um mundo que não esteja num estado pandémico. A escolha das palavras importa: não sem SARS-COV2, algo que aparentemente não será facilmente atingível, mas apenas que possamos deixar de viver neste contexto pandémico.

E isso só se alcança com o contributo de todos e de cada um dos cidadãos. Quer seja pela vacinação, quer seja pelo uso da máscara e pela prática do distanciamento social.

Com esse regresso do mundo ao seu estado não pandémico, na "normalidade" que seja possível concretizar-se, poderemos voltar a concentrar esforços em vários domínios. Como por exemplo, no crescimento do emprego, da economia, dos salários (médios), da educação, da habitação, de uma melhor justiça, do combate às alterações climáticas, enfim, de tudo o que nos rodeia e que faz parte da nossa vida.

Por outro lado, para alcançarmos esse desiderato, começamos já (pelo menos em terras lusas), a ser chamados a dar o nosso contributo. E a primeira grande constatação disso mesmo é que não devemos deixar que escolham por nós nas eleições legislativas do próximo dia 30 de janeiro.

É essencial que, aconteça o que acontecer, todos os cidadãos eleitores vão votar. A nossa democracia precisa desse sinal de vitalidade e é verdadeiramente importante que os cidadãos façam ouvir a sua voz e tal só acontecerá se formos às urnas e exercermos esse Direito que é também um Dever de Cidadania.

Não se trata aqui de apelar ao voto neste ou naquele partido político (teremos tempo para nos debruçar sobre essa temática). Trata-se de sermos capazes de compreender que o nosso futuro coletivo, que todos desejámos mais feliz e próspero no momento das referidas 12 badaladas, tenha condições de estabilidade política e governativa para se concretizar.

Essa é a minha grande esperança: que os portugueses se mobilizem e que a sua vontade fique clara. Seria muito bom que no final do próximo dia 30 de janeiro pudéssemos constatar que ganhou quem a maioria quis escolher como seus representantes e não que ganhou uma maioria daqueles que são indiferentes a tudo.

Desta mobilização dos cidadãos nascerá um sinal para que aqueles que elegemos sejam capazes de encontrar pontos comuns de entendimento entre si. É também aí, dessa construção de entendimentos e consensos, que está a esperança num futuro melhor e mais risonho para os nossos filhos, para os nossos concidadãos e também para cada um de nós.

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