Dois pandas gigantes nascem pela primeira vez em Macau

Crias nasceram durante a tarde de domingo. Uma teve de ser colocada na incubadora
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Dois pandas gigantes gémeos nasceram pela primeira vez em Macau, no domingo, filhos do casal de pandas Sam Sam e Hoi Hoi, oferecidos pela China, informaram as autoridades locais.

As crias nasceram durante a tarde de domingo, uma com 135 gramas, em boas condições de saúde, e a outra com apenas 53,8 gramas, pelo que teve de ser colocada numa incubadora, em cuidados intensivos, segundo informações avançadas pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM).

Após um período de gestação de três meses, a primeira cria nasceu às 15:45 de domingo (08:45 em Lisboa), "soltando um berro bem alto", de acordo com o IACM. A segunda cria nasceu pouco depois, pelas 16:27 (09:27 em Lisboa), mas por ter um peso "considerado ultraleve" necessitou de "cuidados especiais".

"Feitos os exames físicos, o veterinário verificou que tanto o estado de saúde da panda gigante Xin Xin [nome em mandarim de Sam Sam, a mãe], como o do primeiro filhote, eram satisfatórios", enquanto a segunda cria "exige que lhe sejam dispensados cuidados especiais".

Segundo o IACM, a mãe "mostra ares de ser muito habilidosa e de possuir um bom instinto maternal" para com as crias, que têm, em regra, um peso mil vezes inferior ao da progenitora.

A equipa do Pavilhão do Panda Gigante de Macau e os especialistas que ali se deslocaram vindos da base de estudo de procriação de pandas gigantes de Chengdu "envidam todos os seus esforços" para apoiar Sam Sam "a cuidar dos seus bebés" e para lhe "proporcionarem os devidos cuidados pós-parto".

O IACM indica ainda que a equipa que presta cuidados aos pandas está "muito motivada" mas "tem consciência que, por o seu desenvolvimento físico exigir cuidados contínuos", é necessária uma "atenção permanente e trabalhos específicos".

Na sexta-feira, o IACM revelou a suspeita de que Sam Sam, de oito anos, estivesse grávida, já que apresentava sintomas comuns de gestação, como menos apetite, menos atividade e alterações fisiológicas.

"Estes sintomas são fortemente favoráveis a uma gravidez de uma panda gigante fêmea", disse Leong Kun Fong, membro do conselho de administração do IACM, alertando, entanto, que é "muito comum que as pandas exibam sinais e sintomas de gravidez".

As crias viriam a nascer dois dias depois de os primeiros sinais de gravidez serem relatados.

O Pavilhão do Panda Gigante foi encerrado no passado dia 14 "com vista a desenvolver o plano de reprodução" do casal. Segundo o IACM, Sam Sam foi também sujeita a inseminação artificial. Na sexta-feira, as autoridades indicaram esperar saber se a gravidez era real no espaço de duas semanas.

Os pandas gigantes passam por um período de gestação entre 83 e 180 dias, mas os primeiros sintomas podem surgir apenas ao fim de 100 dias. As pseudo-gravidezes são comuns, verificando-se não só alterações no comportamento como hormonais, o que pode tornar os testes inconclusivos. As ecografias também podem ser difíceis de efetuar devido ao tamanho extremamente reduzido do feto.

A China ofereceu em 2009 um casal de pandas a Macau, por altura do 10.º aniversário da transferência de poderes do território de Portugal para a China. No entanto, em 2014, a fêmea, Sam Sam, morreu de problemas renais, que foram agravados por ter entrado no período de reprodução, precisaram os técnicos do IACM na altura.

Em abril do ano passado, chegou a Macau um novo casal de pandas, com o mesmo nome, Sam Sam e Hoi Hoi, palavras que em cantonês significam "alegria" e "felicidade", respetivamente.

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