"Disse que era muito linda e perguntou se podia pegar-lhe." Avó conta como começou a tentativa de rapto

Em declarações ao JN, a avó da bebé explica como passou a neta recém-nascida para os braços da raptora.
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A avó da recém-nascida que foi alvo de uma tentativa de rapto por uma mulher disfarçada de médica, este domingo, no hospital de São João, no Porto, contou ao Jornal de Notícias que foi ela que passou a bebé para os braços da alegada raptora.

"Ela estava ao meu colo quando aquela mulher entrou. Esteve a falar com a minha nora, pensei que era conhecida. Depois, também falou comigo. Disse-me que a minha neta era muito linda e perguntou se podia pegar nela um bocadinho. Na minha educação, dei-lhe a menina para o colo", contou.

Como entraram mais pessoas no quarto e perante a insistência de mais perguntas sobre quem era, a mulher entregou a criança a um dos familiares presentes.

O pai, tendo estranhado a atitude da suposta médica, seguiu-a.

De acordo com o que foi descrito à PSP, a mulher estava vestida com uma bata branca e de estetoscópio ao pescoço.

Quando confrontada pelo pai da criança, alegou que era médica daquela hospital. Desconfiado, o homem chamou um funcionário que, rapidamente, confirmou que a mulher não trabalhava mesmo ali.

A falsa médica foi retida até à chegada da PSP e vai ser amanhã presente a tribunal, para responder pelos crimes de "usurpação de funções, tentativa de rapto/sequestro, introdução em lugar vedado ao público". A mulher está detida na PSP e a investigação está a ser conduzida pela Divisão de Investigação Criminal daquela força de segurança.

Fonte policial que está a acompanhar o caso, adiantou ao DN que a mulher tem 48 anos, reside em Vila Nova de Gaia e está desempregada. Foi encontrado na sua posse um cartão de técnica socorrista, emitido em 2016, o que pode ter ajudado à sua entrada furtiva no hospital. É secretária de profissão, solteira, e não tem antecedentes criminais. Para já não é ainda conhecida a motivação para a sua atitude.

Entretanto, o Hospital anunciou a abertura de um inquérito "para esclarecimento completo da ocorrência", disse à agência Lusa fonte da unidade, que se escusou a avançar com mais detalhes.

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