Discutir as políticas europeias no mais jovem concelho do país

Summer CEmp permite que jovens "saiam a sentir-se verdadeiros embaixadores dos valores europeus".
Publicado a
Atualizado a

A Ribeira Grande, a ilha de São Miguel e os Açores serão o palco de mais uma edição - a quinta - do Summer CEmp, a escola de verão da Comissão Europeia (CE) em Portugal. O objetivo? Colocar 40 universitários a "debater de forma prática e abrangente o projeto europeu", diz a organização em comunicado. Para isso, há um rol de personalidades com ligações a políticas europeias (como Durão Barroso, ex-presidente da Comissão Europeia, ou a eurodeputada do PSD, Lídia Pereira), num total de cerca de oitenta oradores.

Depois de, em 2021, se ter realizado ainda com algumas restrições devido à situação pandémica da altura, o Summer CEmp desconfina e volta a ser realizado sem restrições de maior.

"A expectativa é que tenhamos uma grande interação e participação no evento", confessou em conversa com o DN a representante da CE em Portugal, Sofia Moreira de Sousa, que espera "que possamos sair mais fortes depois da discussão de diferentes posições sobre a União Europeia. Como é nosso lema: juntos somos mais fortes."

As primeiras quatro edições do Summer CEmp (2017, 2018, 2019 e 2020) aconteceram todas no interior de Portugal, como a aldeia de Monsanto, na primeira edição, ou, mais recentemente, em Alcoutim. Este ano, a escolha recaiu sobre os Açores. O local não é um acaso. Em pleno Ano Europeu da Juventude e na comemoração do 35.º aniversário do programa Erasmus, o Summer CEmp vai para o concelho mais jovem de Portugal - quase 50% da população tem menos de 35 anos.

Para Sofia Moreira de Sousa, esta é também uma oportunidade para "dar a conhecer os Açores" e "ficar a conhecer as diferentes posições até dos próprios residentes e naturais" de São Miguel.

Além da discussão sobre a UE e os temas comunitários há, ainda, espaços de mentoria, onde os participantes se cruzam com mentores para trocar ideias. É o caso de Mónica Ferro, ex-vice-presidente da bancada parlamentar do PSD e, atualmente, diretora do escritório em Genebra do Fundo das Nações Unidas para a População, que repete a presença enquanto mentora depois de ter estado na mesma função em 2021. "Há que construir o Summer CEmp e as políticas europeias na base da recuperação do pós-pandemia", considerou ao DN. Para Mónica Ferro, "os jovens devem ser ouvidos e estes espaços permitem isso, permitem discutir e debater políticas mais inclusivas e igualitárias, sobretudo".

Sendo já repetente na escola de verão da CE em Portugal (quer como mentora quer como oradora), Mónica Ferro considera que "uma das coisas que o Summer CEmp e iniciativas desta natureza permitem é, no fundo, dar um empoderamento aos jovens para que saiam a sentir-se verdadeiros embaixadores não só dos valores europeus como da própria UE".

Para a diretora do escritório em Genebra do Fundo das Nações Unidas para a População, a dinâmica com foco na informalidade e na aproximação de decisores políticos dos jovens, "é uma das grandes vantagens" do evento.

"Os participantes", afirma, "acabam por sair daqui a perceber melhor como funcionam as instituições europeias".

rui.godinho@dn.pt

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt