Diretores não confirmam número "residual" de alunos por avaliar
O presidente da Associação Nacional de Diretores Escolares (ANDE), Manuel António Pereira, não confirmou ao DN a versão, avançada pelo Ministério da Educação, de que é já "residual" o número de alunos que ainda não receberam a respetiva avaliação final, dando conta de que ainda há bastantes escolas com dificuldades para finalizar o processo.
"A ideia que tenho é que há várias escolas que ainda estão hoje [ontem] à tarde a tentar concluir o processo e outras onde não é ainda garantido que o consigam", disse ao DN.
Em comunicado, o ministério avançou que, até ao final do dia de quinta-feira - a data-limite que tinha estabelecido para a conclusão do processo -, tinham sido avaliados "cerca de 99,7% dos alunos", acrescentando que "os casos residuais em que tal ainda não aconteceu dizem respeito a situações em que não foi possível realizar as reuniões atempadamente, estando esses conselhos de turma a decorrer durante o dia de hoje [ontem] ou já agendados".
Por outro lado, o presidente da ANDE subscreveu o desmentido às denúncias de alegadas "fraudes" nas reuniões de avaliação, denunciadas pelo Sindicato de Todos os Professores, devido ao facto de em algumas escolas se ter recorrido, dada a ausência de docentes, às notas do segundo período para concluir as avaliações finais.
"As notas dos alunos na avaliação final de ano não são dos professores: são do conselho de turma. São propostas pelos professores e validadas pelo conselho de turma", explicou Manuel António Pereira. "Se há um professor que falta, a lei indica que, tendo havido pelo menos dois momentos de avaliação anteriores, estes podem ser utilizados", defendeu, acrescentando que embora esta seja "uma situação absolutamente pontual", a lei não só permite como "aconselha" a que se siga este procedimento.
Manuel António Pereira deu o exemplo concreto de uma escola onde teve de ser adotada esta solução, "porque não apenas um professor mas a titular de turma está a faltar há mais de um mês por motivo de doença".
O ministério já tinha garantido a legalidade desta solução, manifestando o seu "repúdio pelo ataque dirigido à idoneidade e à ética dos professores, que foram acusados de fraude"