Lupi, que foi recebido hoje pela presidente, é alvo de uma série de denúncias de irregularidades na sua pasta e a decisão de mantê-lo no cargo levantou várias críticas ao longo do dia..Segundo informações divulgadas pela responsável da Secretaria de Comunicação, Helena Chagas, a presidente solicitou que a Comissão de Ética informasse os elementos que decidiram recomendar a saída do ministro.."Mantendo Lupi no cargo, a presidente ignora uma recomendação unânime de um órgão auxiliar da Presidência da República responsável por zelar pela imagem do Governo", criticou o deputado Rubens Bueno, líder do Partido Popular Socialista (PPS), que faz oposição ao Governo..Para o parlamentar, a postura da presidente foi "antiética". "Na prática, Dilma está demitindo a Comissão de Ética", disse Bueno, citado pela imprensa brasileira..O presidente da Amarribo Brasil, entidade que representa a Transparência Internacional no Brasil, Jorge Sanchez, classificou a decisão da presidente como um "erro". Para Sanchez, a decisão causa prejuízo à imagem do Governo e descredibiliza a Comissão de Ética..Hoje, Lupi foi alvo de novas denúncias. Uma reportagem do jornal Folha de São Paulo deu conta de que o ministro ocupou dois cargos públicos simultaneamente, entre 2000 e 2005, um em Brasília e outro no Rio de Janeiro, o que não é permitido pela legislação brasileira..O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse hoje que está a analisar se há indícios suficientes para justificar uma acção do Ministério Público contra Lupi, publicou a Agência Brasil.."Pode ser que se chegue à conclusão de que precisa haver investigação sobre ele", disse Gurgel, assinalando que, actualmente, o entendimento é de que não há provas contra o ministro..O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, pediu hoje uma sindicância para analisar a denúncia de que Lupi acumulou dois cargos públicos de forma irregular..A crise no Ministério do Trabalho começou no início de Novembro, com uma reportagem da revista Veja que denunciava convénios irregulares estabelecidos com organizações não governamentais (ONG) e cobrança de "luvas" por funcionários da pasta.