Detidos seis suspeitos do massacre na universidade
As autoridades quenianas detiveram até à data seis suspeitos, cinco quenianos e um cidadão da Tanzânia, de estarem ligados ao massacre na universidade de Garissa, leste do Quénia, que fez na semana passada 148 mortos, foi hoje divulgado.
Um tribunal na capital queniana Nairobi decidiu hoje que os suspeitos vão ficar detidos durante 30 dias, período durante o qual a polícia vai investigar o eventual envolvimento destes suspeitos no massacre, que foi reivindicado pelo grupo radical islâmico somali 'shebab'.
"A polícia precisa de detê-los durante mais tempo para concluir as investigações" e determinar as acusações criminais exatas, declarou, diante do tribunal, o representante do Ministério Público.
"Os testes da polícia científica estão a decorrer, nomeadamente a análise dos dados dos seus telefones, que revelaram que [os suspeitos] estiveram em constante comunicação com os atacantes durante o ataque", acrescentou o mesmo representante.
Os seis detidos são suspeitos de terem fornecido apoio ao comando islâmico que em 02 de abril tomou de assalto a universidade de Garissa, a cerca de 150 quilómetros da fronteira somali.
Os 'shebab', que proclamaram lealdade à Al-Qaida, surpreenderam centenas de estudantes, tendo separado muçulmanos de não muçulmanos. Os atacantes deixaram partir os primeiros e mataram ou fizeram reféns os outros.
Segundo o balanço oficial, o ataque fez 148 mortos: 142 estudantes, três militares e três polícias.
Quase uma semana depois do ataque, e no terceiro dia de luto nacional decretado pelas autoridades quenianas, cerca de 200 estudantes manifestaram-se hoje nas ruas de Nairobi para denunciar a incapacidade do governo para proteger a população.
Os estudantes, alguns vestidos de preto, marcharam até aos escritórios da Presidência queniana, localizados no centro da capital.
Antes do fim do protesto, um pequeno grupo de estudantes conseguiu entregar uma petição a favor do melhoramento dos equipamentos das forças de segurança quenianas e da criação de centros de vigilância policial permanentes.