Dérbi minhoto, El Clásico mais pobre e PSG atrás de um recorde
O grande dérbi minhoto encerra uma rivalidade tão forte quanto as maiores, em jogos cuja temperatura tende a escalar para fora das quatro linhas. No relvado, encontram-se dois rivais a viver fases boas de crescimento, com o Sp. Braga de Abel, mais consolidado, a repartir mesmo a liderança da Liga com o Benfica, nesta altura. A jogar em casa, o V. Guimarães de Luís Castro, em sétimo na tabela, procura validar, frente ao mais importante rival, o crescimento de uma ideia de jogo positiva mas ainda algo irregular nesta fase inicial da temporada.
Em Dortmund mora uma das equipas-sensação do futebol europeu deste início de época. A formação de Lucien Favre, onde joga o português Raphael Guerreiro, ainda está invicta esta temporada, lidera a Bundesliga e brilha na Liga dos Campeões, em que ainda a meio desta semana impôs a maior derrota da era Simeone ao At. Madrid (4-0). Com um futebol ofensivo de grande produtividade, marcou 26 golos nos últimos seis jogos, numa média superior a quatro golos por partida. E tem feito os adeptos renderem-se ao jogo desfilado por nomes como o do inglês Jadon Sancho, do goleador espanhol Paco Alcacer, do norte-americano Pulisic, dos franceses Zagalou e Diallo ou dos renascidos Witsel, Reus e Gotze. Neste sábado, o adversário é um Hertha Berlim também a protagonizar um bom arranque, com apenas uma derrota e o sexto lugar à entrada para esta 9.ª jornada.
Cristiano Ronaldo e companhia reagiram bem aos primeiros pontos perdidos na liga italiana, no fim de semana passado frente ao Génova (1-1), e foram a Old Trafford obter uma convicente vitória sobre o Manchester United de Mourinho, na terça-feira, para a Liga dos Campeões. De regresso à realidade interna, a equipa de Massimiliano Allegri visita Empoli à procura de retificar o tropeção da jornada anterior e voltar ao ritmo de cruzeiro no topo da Série A. O adversário parece o ideal: após a vitória na primeira jornada, o Empoli não mais voltou a ganhar e apresenta uma série negra de cinco derrotas e três empates, que lhe vale o 18.º e antepenúltimo lugar.
Depois da derrota europeia em Amesterdão, o Benfica visita o Jamor, onde esta época o Belenenses exerce o papel de anfitrião ao longo do campeonato nacional. Para a equipa de Rui Vitória, um tropeço interno e a eventual perda da liderança seria o pior que poderia acontecer nesta altura, depois de comprometidas as aspirações de apuramento na Liga dos Campeões. Pela frente, a formação comandada por Jorge Silas, que ainda não ultrapassou as saudades do Restelo e não conseguiu qualquer vitória caseira no Jamor em três jogos para a I Liga. O grau de dificuldade, reconheça-se, também tem sido elevado (um empate com o V. Setúbal e derrotas com FC Porto e Sp. Braga).
El Clásico. Para muitos, o maior jogo do futebol europeu. Mas, pela primeira vez em 11 anos, o clássico entre Barça e Real não vai ter os futebolistas que lhe deram o principal encanto na última década: Lionel Messi lesionou-se na última jornada da liga, frente ao Sevilha, e Cristiano Ronaldo, já se sabe, está agora em Turim. Para além disso, o Real Madrid chega a Camp Nou numa situação mais debilitada, com crise de resultados instalada e um treinador, Julen Lopetegui, a caminhar no "corredor da morte", à espera de execução de uma sentença que só uma vitória frente ao eterno rival pode evitar. O Barcelona aparece na liderança e com uma oportunidade óbvia de aprofundar as feridas do rival.
Mais um duelo de treinadores portugueses na liga inglesa, onde o Everton (8.º) de Marco Silva lidera nesta altura a carruagem das equipas orientadas por técnicos lusos, à frente do Wolverhampton (9.º) de Nuno Espírito Santo e do Manchester United (10.º) de José Mourinho, a quem visita neste domingo. Os toffees chegam com uma rara sequência de três vitórias consecutivas, enquanto os red devils vêm de duas desilusões consecutivas: o empate consentido no último minuto de compensação na visita ao Chelsea, na jornada anterior, e a derrota europeia face à Juventus.
Depois da boa vitória em Moscovo, que deixou bem encaminhada a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, o FC Porto volta à competição interna para tentar retomar o caminho das vitórias na Liga portuguesa. A última jornada, no início de outubro, ficou marcada pela derrota portista no clássico da Luz, que permitiu o Benfica subir à liderança e deixou o campeão nacional já com tantos desaires (dois), à 7.ª jornada, quantos teve em todo o campeonato anterior. Após o jogo da Luz, Sérgio Conceição disse que essa talvez tenha sido a última derrota num trajeto que visa a revalidação do título. O (bom) Feirense de Nuno Manta Santos é a primeira equipa a pôr essa convicção à prova.
Para fechar a 8.ª jornada da I Liga, o Sporting de José Peseiro recebe o Boavista sem permissão para perder mais pontos. A derrota na jornada anterior, em Portimão, deixou a equipa leonina já a quatro pontos da liderança, desafiando as convicções do técnico sobre a capacidade deste leão em lutar de igual para igual com os rivais diretos na luta pelo título. Pela frente, neste domingo, um Boavista que se tem mostrado irregular e curto em futebol neste início de época, mas que voltou às vitórias (a segunda apenas) na jornada anterior, frente ao Aves, num jogo em que se destacou sobretudo a estreia do jovem central Gabriel Cardoso, de apenas 17 anos, como titular.
O arrasador início de temporada do Paris Saint-Germain deixou a milionária equipa da capital à beira de igualar um histórico recorde europeu entre as cinco principais ligas: o de 11 vitórias consecutivas a começar um campeonato, feito obtido pelo Tottenham, em Inglaterra, há quase 60 anos (no início da época de 1960-61). Ironia do destino, o calendário reservou uma visita ao recinto do histórico rival Marselha como teste para aferir a capacidade deste PSG de Mbappé, Neymar e C.ª em entrar para a história do futebol europeu. Até aqui, a campanha da equipa de Thomas Tuchel tem sido um autêntico passeio: dez vitórias consecutivas, oito pontos de avanço sobre o segundo classificado (Lille), melhor ataque (37 golos marcados, com 3,7 de média), melhor defesa (6 sofridos, 0,6/jogo) e uma média de apenas 22 minutos para conseguir abrir o marcador numa partida. O Marselha de Rudi Garcia é quarto na tabela, a 11 pontos, e ainda não perdeu qualquer jogo em casa, no Velódrome, onde cedeu apenas um empate.
A fechar a jornada da Premier League, o Manchester City de Pep Guardiola vai colocar a liderança à prova na difícil visita ao Tottenham de Mauricio Pocchetino. Os citizens ainda não perderam (apenas dois empates) no campeonato, mas os londrinos só têm menos dois pontos do que o rival e procuram fechar o gap para as equipas do topo da tabela (Man City e Liverpool). Na equipa de Guardiola tem-se destacado nesta época a dupla de Silvas composta pelo português Bernardo e pelo espanhol David, que vão encontrar pela frente um meio-campo recheado também de talento (Lamela, Eriksen, Winks), por trás do melhor ponta de lança inglês da atualidade (Harry Kane).