Deputado do PS acusa outro deputado do PS de "radicalismo barato"

Ascenso Simões, parlamentar do PS eleito por Vila Real, não gostou das críticas do seu camarada de bancada João Galamba ao vídeo de Mário Centeno sobre o fim do programa de assistência à Grécia
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João Galamba, deputado do PS, sofre de um problema de "radicalismo barato". Além do mais, o ex-ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis é "doido".

Sem meias palavras, o deputado do PS Ascenso Simões, eleito como cabeça de lista pelo círculo de Vila Real, comentou assim na sua página no Facebook as críticas de João Galamba, seu camarada de partido e de grupo parlamentar, ao vídeo onde Mário Centeno saudou, enquanto presidente do Eurogrupo, o fim do programa de assistência à Grécia (programa que durou oito anos).

Esta comunicação de Centeno, escreveu Ascenso, "faz todo o sentido". "Está claro que o doido do Varoufakis (quase acabava o que restava do seu país) não lhe acha piada nenhuma", acrescentou, num post apenas acessível aos seus amigos no Facebook. Concluindo: "Mas pensei que João Galamba já tinha esgotado as duas doses de radicalismo barato. Enganei-me! Bem, estamos na época estival e até um cheiro a Syriza pré-histórico fica bem no bronzeado burguês de Galamba".

Com este seu "post", Ascenso Simões revela-se até agora como a única voz do PS a defender o presidente do Eurogrupo e ministro das Finanças de Portugal.

O vídeo já foi alvo de críticas tanto com origem no PS como no Bloco de Esquerda e no PSD.

O primeiro-ministro português, António Costa, felicitou hoje o seu homólogo grego pelo fim dos programas de assistência à Grécia, defendendo a reforma da zona euro como a "única via sustentável" para evitar futuras crises económicas.

"Parabéns ao povo grego e ao primeiro-ministro Alexis Tsipras pela conclusão do programa de apoio à estabilidade", escreveu o chefe de Governo numa mensagem publicada no Twitter.

António Costa defende que a Europa deve "continuar a trabalhar para a reforma da zona euro enquanto única via sustentável para promover a convergência real e prevenir futuras crises económicas e financeiras na União Europeia".

Gregos sob vigilância

A Grécia, o país europeu mais atingido pela crise económica e financeira, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira -- e o único "reincidente" -, e a conclusão do seu terceiro programa assinala também o fim do ciclo de resgates a países do euro iniciado em 2010, e que abrangeu também Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.

Face às características únicas da (tripla) assistência prestada ao país, e às fragilidades que a sua economia ainda revela, a Grécia será agora alvo de uma "vigilância pós-programa reforçada", com missões de três em três meses, para garantir que Atenas prossegue, nesta nova era pós-resgates, uma "política orçamental prudente".

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