Os ambientalistas guineenses estão preocupados com o estado de degradação profunda vivida pelo Parque Natural de Lagoa de Cufada. Alertam que precisa de uma recuperação e de manutenção urgente. Se tal não acontecer dentro de 20 anos pode desaparecer como paraíso de repouso das aves migratória. Se não houver uma manutenção adequada toda a sua riqueza em biodiversidade poderá desaparecer..O canal da ligação da Lagoa de Cufada com o Rio Corubal, que permite receber diferentes espécies de fauna de grandes portes, já não tem condições para permitir aos hipopótamos, aos manatins (peixe-bus), aos crocodilos negros, aos antílopes, aos cefalófos, aos búfalos, às hienas, aos gansos da Gâmbia e às calaus de crista amarela viverem na Lagoa de Cufada..Por isso os ambientalistas consideram ser urgente a compra por parte do governo da Guiné-Bissau de uma máquina de dragagem para limpeza da lagoa. Caso nada seja feito o Parque da Lagoa de Cufada poderá desaparecer como um sítio de zona húmida classificada no país..Localizada entre os dois grandes rios da Guiné-Bissau - o Corubal e o Grande de Buba -, a Lagoa de Cufada é a maior reservada de água doce do país abastecendo as fontes da região de Tombali, Bolama e Bijagós..A Lagoa de Cufada foi classificada em 1990 como sítio de importância internacional por albergar 2% da população mundial de espécie de pelicanos e mais de 20 mil espécies diferentes que vivem no Parque, que foi reconhecido em 2000 por um decreto do governo como uma das maiores áreas de reserva das espécies nacionais e internacionais. É uma zona com mais de 90 hectares dos quais 20% são navegável e 70% estão a ser consumidos por ervas por falta da manutenção ambiental..Em declaração ao DN os ambientalistas guineenses estão unânimes em lamentar a ausência de manutenção na Lagoa de Cufada e temem a possibilidade de desaparecimento da que é a maior reserva de água doce da Guiné-Bissau sendo constituída por três lagos: Bedasse, Biona e Cufada. Os dois primeiros já estão completamente cobertos por ervas marítimas. O que, na opinião dos ambientas, levou à fuga das espécies que ali se viviam..O lago Biona possui oito hectares e o Bedasse três e estão hoje totalmente abandonadas à sua sorte. Os ambientalistas guineenses apelam ao governo no sentido de renovar a sua política ambiental para não perder o maior lençol freático da água doce do país..Também a Lagoa de Cufada está numa fase de avançada degradação ambiental. As ervas estão a cobrir progressivamente a sua superfície. O que deixa os ambientalistas que trabalham no parque apreensivos e defendendo a necessidade de proteção e conservação da lagoa, proibindo os cortes abusivos de árvores cujas consequências ambientais são bastantes devastadoras para a fauna e flora daquela lagoa situada na região de Tombali no Sul da Guiné-Bissau..A explicação da degradação da Lagoa de Cufada divide os especialistas. Para alguns ambientalistas os cortes de árvores no parque aumenta os problemas relacionados com as alterações climáticas, já outros asseguram que é areia que a chuva arrasta para a lagoa que cria as condições para o surgimento das ervas..Mas, em declaração ao DN o ambientalista e guia, Braima Djaló, frisou que "nas décadas passadas não havia as ervas que hoje existem na Lagoa de Cufada", acrescentando que "em virtude da falta de manutenção e de cuidados com o maior lençol freático de água do nosso país nasceram agora muitas ervas que diariamente tendem a crescer mais"..Para Braima Djaló a sustentabilidade da Lagoa de Cufada depende apenas da água de chuva. "Quando chover a lagoa enche e escoa água através de um canal para o Rio Corubal que é também a porta de entrada das diferentes espécies de faunas", entre essa fauna o ambientalista destaca os hipopótamos e os manatins. O guia lamentou ao DN o facto de o "canal estar hoje bloqueado à entrada de espécies por causa da invasão abusiva das ervas que por falta de manutenção cresceram a uma distância de oito quilómetros" na Lagoa. Ainda na opinião de Braima Djaló os animais estão "perto no rio Corubal. Se o canal do rio for agora muito bem desinfetado de ervas eles podem, com certeza, regressar a Lagoa"..No entender dos ambientalistas guineenses o governo de Bissau não deveria ficar à espera de ajudas pontuais das organizações internacionais pois como a Lagoa de Cufada está situada em território da Guiné-Bissau a responsabilidade de conservação e proteção é do governo de Bissau que deve também preocupar-se em regulamentar a prática da caça, da pesca e da agricultura dos 89 mil habitantes que vivem na Lagoa de Cufada. Lamentam que "infelizmente existam cada vez mais registos de um aumento progressivo de campos agrícolas próximo da Lagoa da Cufada"..Braima Djaló entende que é preciso desenvolver projetos capazes de travar o fenómeno da pesca, da caça e da agricultura que ameaçam a preservação do meio ambiental à volta da Lagoa de Cufada. "É preciso que o governo crie as condições necessárias para podermos compensar a população local pelas suas atividades da caça, da pesca e da agricultura", sublinhou o eco guia, acrescentando: "É necessário o governo estabelecer na zona da Lagoa um projeto de criação de animais para satisfazer as necessidades dos caçadores reduzindo assim a prática da caça nesse espaço.".Ainda na visão de Braima Djaló ao cuidar da Lagoa do Cufada o governo está a garantir o emprego à população jovem que ali reside. O guia do Parque de Lagoa de Cufada afiançou igualmente ao DN que a "construção de central elétrica de Buba não poderá constituir uma grande ameaça à lagoa desde que seja construída longe, pelo menos a uma distância mínima de dez quilómetros"..Quem visita hoje a Lagoa de Cufada percebe que a campanha de Castanha de Caju está a mobilizar cada vez mais a maioria da população camponesa. Ao optar por esta plantação os habitantes da região estão a contribuir cada vez mais para uma ameaça ambiental..Ao aumentarem o corte abusivo das árvores nesse espaço estão também a ameaçar a sustentabilidade ambiental que advém da floresta..Para a proteção do seu território ambiental, o Parque Nacional da Lagoa de Cufada possui sete guardas, um eco-guia, um diretor logístico, um marinheiro e tem três caiaque de três lugares que são utilizados pelos visitantes para passear. No interior do parque existem 36 tabancas onde vivem cerca de 89 mil pessoas, população cuja sua atividade de sobrevivência se resume a pesca, a caça e a agricultura.. dnot@dn.pt
Os ambientalistas guineenses estão preocupados com o estado de degradação profunda vivida pelo Parque Natural de Lagoa de Cufada. Alertam que precisa de uma recuperação e de manutenção urgente. Se tal não acontecer dentro de 20 anos pode desaparecer como paraíso de repouso das aves migratória. Se não houver uma manutenção adequada toda a sua riqueza em biodiversidade poderá desaparecer..O canal da ligação da Lagoa de Cufada com o Rio Corubal, que permite receber diferentes espécies de fauna de grandes portes, já não tem condições para permitir aos hipopótamos, aos manatins (peixe-bus), aos crocodilos negros, aos antílopes, aos cefalófos, aos búfalos, às hienas, aos gansos da Gâmbia e às calaus de crista amarela viverem na Lagoa de Cufada..Por isso os ambientalistas consideram ser urgente a compra por parte do governo da Guiné-Bissau de uma máquina de dragagem para limpeza da lagoa. Caso nada seja feito o Parque da Lagoa de Cufada poderá desaparecer como um sítio de zona húmida classificada no país..Localizada entre os dois grandes rios da Guiné-Bissau - o Corubal e o Grande de Buba -, a Lagoa de Cufada é a maior reservada de água doce do país abastecendo as fontes da região de Tombali, Bolama e Bijagós..A Lagoa de Cufada foi classificada em 1990 como sítio de importância internacional por albergar 2% da população mundial de espécie de pelicanos e mais de 20 mil espécies diferentes que vivem no Parque, que foi reconhecido em 2000 por um decreto do governo como uma das maiores áreas de reserva das espécies nacionais e internacionais. É uma zona com mais de 90 hectares dos quais 20% são navegável e 70% estão a ser consumidos por ervas por falta da manutenção ambiental..Em declaração ao DN os ambientalistas guineenses estão unânimes em lamentar a ausência de manutenção na Lagoa de Cufada e temem a possibilidade de desaparecimento da que é a maior reserva de água doce da Guiné-Bissau sendo constituída por três lagos: Bedasse, Biona e Cufada. Os dois primeiros já estão completamente cobertos por ervas marítimas. O que, na opinião dos ambientas, levou à fuga das espécies que ali se viviam..O lago Biona possui oito hectares e o Bedasse três e estão hoje totalmente abandonadas à sua sorte. Os ambientalistas guineenses apelam ao governo no sentido de renovar a sua política ambiental para não perder o maior lençol freático da água doce do país..Também a Lagoa de Cufada está numa fase de avançada degradação ambiental. As ervas estão a cobrir progressivamente a sua superfície. O que deixa os ambientalistas que trabalham no parque apreensivos e defendendo a necessidade de proteção e conservação da lagoa, proibindo os cortes abusivos de árvores cujas consequências ambientais são bastantes devastadoras para a fauna e flora daquela lagoa situada na região de Tombali no Sul da Guiné-Bissau..A explicação da degradação da Lagoa de Cufada divide os especialistas. Para alguns ambientalistas os cortes de árvores no parque aumenta os problemas relacionados com as alterações climáticas, já outros asseguram que é areia que a chuva arrasta para a lagoa que cria as condições para o surgimento das ervas..Mas, em declaração ao DN o ambientalista e guia, Braima Djaló, frisou que "nas décadas passadas não havia as ervas que hoje existem na Lagoa de Cufada", acrescentando que "em virtude da falta de manutenção e de cuidados com o maior lençol freático de água do nosso país nasceram agora muitas ervas que diariamente tendem a crescer mais"..Para Braima Djaló a sustentabilidade da Lagoa de Cufada depende apenas da água de chuva. "Quando chover a lagoa enche e escoa água através de um canal para o Rio Corubal que é também a porta de entrada das diferentes espécies de faunas", entre essa fauna o ambientalista destaca os hipopótamos e os manatins. O guia lamentou ao DN o facto de o "canal estar hoje bloqueado à entrada de espécies por causa da invasão abusiva das ervas que por falta de manutenção cresceram a uma distância de oito quilómetros" na Lagoa. Ainda na opinião de Braima Djaló os animais estão "perto no rio Corubal. Se o canal do rio for agora muito bem desinfetado de ervas eles podem, com certeza, regressar a Lagoa"..No entender dos ambientalistas guineenses o governo de Bissau não deveria ficar à espera de ajudas pontuais das organizações internacionais pois como a Lagoa de Cufada está situada em território da Guiné-Bissau a responsabilidade de conservação e proteção é do governo de Bissau que deve também preocupar-se em regulamentar a prática da caça, da pesca e da agricultura dos 89 mil habitantes que vivem na Lagoa de Cufada. Lamentam que "infelizmente existam cada vez mais registos de um aumento progressivo de campos agrícolas próximo da Lagoa da Cufada"..Braima Djaló entende que é preciso desenvolver projetos capazes de travar o fenómeno da pesca, da caça e da agricultura que ameaçam a preservação do meio ambiental à volta da Lagoa de Cufada. "É preciso que o governo crie as condições necessárias para podermos compensar a população local pelas suas atividades da caça, da pesca e da agricultura", sublinhou o eco guia, acrescentando: "É necessário o governo estabelecer na zona da Lagoa um projeto de criação de animais para satisfazer as necessidades dos caçadores reduzindo assim a prática da caça nesse espaço.".Ainda na visão de Braima Djaló ao cuidar da Lagoa do Cufada o governo está a garantir o emprego à população jovem que ali reside. O guia do Parque de Lagoa de Cufada afiançou igualmente ao DN que a "construção de central elétrica de Buba não poderá constituir uma grande ameaça à lagoa desde que seja construída longe, pelo menos a uma distância mínima de dez quilómetros"..Quem visita hoje a Lagoa de Cufada percebe que a campanha de Castanha de Caju está a mobilizar cada vez mais a maioria da população camponesa. Ao optar por esta plantação os habitantes da região estão a contribuir cada vez mais para uma ameaça ambiental..Ao aumentarem o corte abusivo das árvores nesse espaço estão também a ameaçar a sustentabilidade ambiental que advém da floresta..Para a proteção do seu território ambiental, o Parque Nacional da Lagoa de Cufada possui sete guardas, um eco-guia, um diretor logístico, um marinheiro e tem três caiaque de três lugares que são utilizados pelos visitantes para passear. No interior do parque existem 36 tabancas onde vivem cerca de 89 mil pessoas, população cuja sua atividade de sobrevivência se resume a pesca, a caça e a agricultura.. dnot@dn.pt