De quinta a domingo, Governo quer vacinar em massa crianças e professores

O Governo aposta no reforço de vacinação antes do regresso às aulas, marcado para segunda-feira. Nesse sentido, entre quinta-feira e domingo, o período da manhã será dedicado à vacinação das crianças e o da tarde à inoculação dos professores.
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O regresso às aulas vai mesmo acontecer na próxima segunda-feira (10 de janeiro), garantiu o Governo, que aposta no reforço de vacinação contra a covid-19 antes da reabertura das escolas. Isso mesmo disse o secretário de Estado Adjunto e da Saúde em entrevista à CNN Portugal, revelando que entre quinta-feira e domingo, os centros de vacinação vão estar a funcionar em exclusivo para vacinar crianças e professores.

António Lacerda Sales falou na noite de segunda-feira numa "capacidade reforçada de vacinação" e fez saber que o núcleo de coordenação, em conjunto com o Executivo liderado por António Costa, decidiu que as tardes dos dias 6,7,8 e 9 de janeiro vão ser dedicadas à vacinação com a dose de reforço dos professores de todos os graus de ensino e dos profissionais de creches e ATL. "Parece-nos ser muito importante defender toda a comunidade escolar", referiu.

O secretário de Estado explicou que esta vacinação vai ser feita através do regime Casa Aberta, com recurso a senhas digitais. Para ser vacinado, o docente apenas tem de apresentar um documento que comprove a profissão.

Além dos professores, também todos os trabalhadores não docentes são considerados grupo prioritário na toma da vacina contra a covid-19 e podem fazer o reforço em regime de Casa Aberta entre as tardes de quinta-feira e domingo, segundo as autoridades de saúde.

"Os Centros de Vacinação realizarão, nos próximos dias 6, 7 8 e 9 de janeiro, no período da tarde, em modalidade de Casa Aberta através de senha digital e específico para a vacinação da Comunidade Escolar, a administração de doses de reforço contra a COVID-19", lê-se no documento divulgado esta terça-feira pelas autoridades de saúde.

À CNN, Lacerda Sales aproveitou também para fazer um apelo para que os alunos se vacinem em massa entre quinta-feira e domingo, estando o período da manhã dos dias 6,7,8 e 9 de janeiro reservado à vacinação de crianças em auto agendamento.

O governante revelou na mesma entrevista que 30% das crianças receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19. "Não estamos exuberantemente satisfeitos, mas diria que há aqui uma expressão de adesão que comparada com a maior parte dos países da Europa é muito boa", disse o secretário de Estado, referindo que o período de auto agendamento das crianças pode ser feito até à meia-noite do dia 6.

Nesse sentido apela aos pais para que façam o auto agendamento das crianças até quinta-feira. "Estou em crer que para além das 200 mil crianças, 100 mil que estão agora auto agendadas com as cerca de 100 mil já vacinadas, possamos vir ainda aumentar estes números", considerou.

À CNN, Lacerda Sales reiterou que o regresso às aulas vai mesmo acontecer no dia 10 de janeiro, considerando o ensino presencial "importante para a saúde mental, física e social das crianças". Não nega, no entanto, que este período seja marcado por "maiores cruzamentos" entre alunos, pais, docentes e não docentes. "Pode vir a ser necessário confinar e isolar", admitiu Lacerda Sales.

As declarações do secretário de Estado ocorreram no mesmo dia em que a Fenprof lamentou o facto de metade dos professores continuar sem a dose de reforço da vacina contra a covid-19, considerando que voltar a adiar a reabertura das escolas seria sinónimo do "fracasso das decisões e medidas tomadas".

De acordo com Federação Nacional de Professores, cerca de metade dos professores continuam a aguardar para serem chamados para a dose de reforço: "Por força do envelhecimento da profissão docente, cerca de metade dos professores e educadores poderá já ter sido vacinada ou agendado a vacinação, porém, todos os outros continuam a aguardar".

À CNN Portugal, o secretário de Estado fez ainda saber que está "em aberto" a possibilidade de reduzir o período de isolamento para infetados assintomáticos e contactos de risco para cinco dias - a DGS decidiu diminuir de 10 para sete dias. "Pode haver ajustamentos posteriores", afirmou Lacerda Sales, referindo que uma eventual alteração depende da evolução epidemiológica, da transmissibilidade da doença e do não surgimento de novas variantes.

Entretanto, a Direção-Geral da Saúde (DGS) informou que Portugal já administrou mais de três milhões de doses de reforço da vacina contra a covid-19 e mais de 2,4 milhões de doses contra a gripe.

Em comunicado, a DGS diz que, das mais de 2,4 milhões de doses de vacina contra a gripe administradas em Portugal, cerca de 477 mil foram nas farmácias.

A nota acrescenta que mais de um milhão de pessoas receberam as vacinas de reforço contra a covid-19 e contra a gripe em simultâneo.

Segundo dados contabilizados até ao final do dia 3 janeiro, segunda-feira, das mais de três milhões de doses de reforço contra a covid-19 administradas, quase dois milhões foram em pessoas com mais de 65 anos.

Até ao momento, receberam dose de reforço 88% das pessoas com mais de 70 anos, refere a DGS.

Entre os 60 a os 69 anos, já estão vacinadas 66% das pessoas, de acordo com o último boletim de vacinação (dados para a população residente em Portugal Continental estimada pelo INE para 2020).

Segundo dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), mais de cem mil crianças entre os 5 e os 11 anos estão agendadas para receberam a vacina contra a covid-19 entre quinta-feira e domingo.

De acordo com dados de segunda-feira da DGS, estão já vacinadas com a primeira dose da versão pediátrica da Pfizer 95 752 crianças deste escalão etário.

Notícia atualizada às 13:44

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