De Portugal à Austrália, já começou a semana dedicada à luta pelo clima

A semana internacional pelo clima já arrancou esta sexta-feira, com manifestações em várias cidades mundiais, e decorre até dia 27 de setembro. Jovens e adultos unem-se para reivindicar mais medidas contra as alterações climáticas. Na segunda-feira, decorre a Cimeira de Ação Climática, da ONU, em Nova Iorque.
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Os gritos de guerra já se fazem soar nas ruas de algumas das maiores cidades do mundo, onde dezenas de milhares de pessoas se juntam para um manifesto contra as alterações climáticas. Em Portugal, está marcada uma vigília para esta sexta-feira, em várias localidades do país. Os protestos acontecem no âmbito da semana internacional pelo clima, que termina no dia 27 de setembro. Ainda na segunda-feira, decorre em Nova Iorque a Cimeira de Ação Climática, convocada pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres.

"Parem de queimar o nosso futuro", lê-se nos cartazes empunhados por estudantes, professores e pais, em Sydney. "Nem Marie Kondo pode resolver este caos", alertam. As mensagens ecoam também por Camberra, Melbourne e Hobart, onde se repetem manifestações para exigir ações concretas aos políticos. E condenam o atual primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, por declarar uma posição favorável à indústria do carvão. O governante não marcará presença na cimeira da ONU que decorrerá nos EUA, atitude que o Partido Verde australiano apelidou de "cobardia".

Nas ilhas do Pacífico, o elevado aumento do nível das águas está a preocupar a comunidade local, que também já saiu à rua esta sexta-feira. Nas Ilhas Salomão, os jovens surgiram munidos de escudos, bandeira e canoas, em protesto. "Não nos afundamos", gritam.

Também na China, na Indonésia e na Tailândia, jovens e adultos unem-se pela mesma luta. Em Banguecoque, vários ativistas estão estendidos nos passeios, cobertos de cartazes, fingindo uma morte consequente das alterações climáticas.

Em Portugal, a semana arranca esta sexta-feira com uma vigília em cidades como Porto e Lisboa. Em Lisboa, começará às 20.00, no Príncipe Real, de onde irão partir numa marcha noturna, com lanternas, até à Assembleia da República. A semana culminará numa greve climática, no dia 27, à qual já aderiram pelo menos 25 localidades. "Não é certo" quantas pessoas irão comparecer, "até porque as aulas começaram agora", explicou ao DN uma das porta-vozes da iniciativa em Portugal, Alice Vale do Gato, de 17 anos. "Mas penso que as pessoas se sentem mais motivadas para ir a esta greve, porque já não é só para estudantes", diz.

Esta semana, o Presidente da República subscreveu, juntamente com mais 31 governantes internacionais, um apelo mundial para que este seja "o ano da ambição climática". A "Iniciativa para Maior Ambição Climática" foi lançada pelo Presidente da Áustria, Alexander Van der Bellen, que pede que cada Estado leve à cimeira que se realiza na segunda-feira, em Nova Iorque, "os seus planos e iniciativas concretas" para cumprir os objetivos do Acordo de Paris.

São subscritores da declaração os chefes de Estado da Áustria, Bósnia-Herzegovina, Chipre, Suazilândia, Finlândia, França, Gana, Gâmbia, Alemanha, Grécia, Hungria, Islândia, Irlanda, Israel, Itália, Coreia do Sul, Letónia, Líbano, Moldávia, Mónaco, Montenegro, Moçambique, Nepal, Portugal, Palau, Sérvia, Eslováquia e Eslovénia e os primeiros-ministros da Dinamarca, Países Baixos, Espanha e Suécia.

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