Cortar o mal à nascença. Vigias da floresta detetaram 20 incêndios por dia

Rede de alerta ajudou a movimentar meios de combate a fogos florestais evitando que estes ganhassem dimensão. Vigilância envolveu cerca de 900 pessoas no período mais crítico de incêndios.
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A Rede Nacional de Postos de Vigia fez 3393 alertas para o início de focos de incêndios entre 7 de maio e 6 de novembro, o que dá uma média de perto de 20 por dia.

Uma sinalização que possibilitou, como disse ao DN fonte do Ministério da Administração Interna, a "intervenção dos meios de combate de forma mais célere e precisa" num ano em que se registou a segunda média mais baixa no número de incêndios rurais e o terceiro valor mais baixo de área ardida relativamente à média dos últimos dez anos, respetivamente, 12 436 fogos e 43 702 hectares.

Segundo as informações recolhidas pelo DN durante o período em que a rede nacional esteve ativa, o maior período com mais postos de vigia disponíveis aconteceu entre 30 de junho e 15 de outubro: 231 com a presença de 924 vigilantes.

Nos restantes períodos - 7 de maio a 29 junho e 16 outubro a 6 de novembro - estiveram no ativo 72 postos com 288 elementos.

Esta aposta na vigilância resultou, segundo o MAI, numa "rápida deteção e transmissão do alerta de incêndio florestal" tendo a rede nacional contribuído "ainda para a sua georreferenciação, através do processo de triangulação e na produção de informação complementar útil de apoio à decisão das operações de combate".

Reforço de 300 GIPS em 2019

Estes dados foram divulgados pelo DN nesta terça-feira, dia em que o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, visitou o Centro de Coordenação Operacional Nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil e anunciou o reforço de 300 elementos no Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e a criação no próximo ano de 40 equipas de intervenção permanente nos bombeiros.

O governante, citado pela Lusa, comentou os valores referentes à área ardida e aos fogos combatidos frisando que "estes resultados são extremamente positivos" mas que é necessário fazer "mais e melhor" no próximo ano.

Eduardo Cabrita salientou que neste ano já foram detidas 102 pessoas pelo crime de incêndio florestal, o dobro de 2017, e as contraordenações quase triplicaram em relação ao ano passado.

A visita do ministro serviu também para explicar a mudança de nome da Autoridade Nacional de Proteção Civil que vai passar a ser Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Uma alteração prevista na nova lei orgânica, aprovada a 25 de outubro. "Vamos colocar a ANPC no centro da rede de planeamento civil de emergência" dando a esta entidade "meios próprios".

A nova lei orgânica da Proteção Civil acaba com os comandos distritais de operações e socorro e torna-os dependentes das áreas metropolitanas e intermunicipais.

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