Conto de olhos tristes de Tom Ford

Animais Noturnos, Tom Ford
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Animais Noturnos entra para o panteão dos grandes filmes cínicos de bom gosto. É de caras. Goste-se ou não de cinema de travo estilizado, é impossível não aderir a este fulgor chique .

O que está aqui à frente dos nossos olhos é um imenso conto dos olhos tristes, feito com bom gosto, novas noções de ficção e um humor perturbante. E, depois, óbvio, uma Amy Adams à flor da pele, a provar que é capaz de uma ebulição de intimidade inédita no cinema americana.

Tom Ford filma tudo com marca de esteta mas sabe contar histórias, neste caso duas: a de uma galerista que repensa o seu amor perdido e a do livro que esta lê, onde a violência é um despacho emocional tocante. E o que é curioso é que no mesmo filme temos uma dignidade tremenda de melodrama misturada com série B que nos deixa à toa.

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Um filme gigante sobre a vida que não tivemos. Chega a Portugal depois da conquista da crítica americana e da vitória em Veneza (Leão de Prata- Grande Prémio do Júri). E ficaremos para sempre com estas personagens coladas à pele. Personagens sem a lógica simplista reinante mas, imagine-se, "statement" moral...

Classificação: ****

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