Concelhos de Lisboa, Porto, Sintra e Gaia lideram no desemprego

Por regiões, o Norte concentra a maior parte do número de trabalhadores registados nos centros do IEFP do continente. Quatro em cada 10 residem nessa zona
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Lisboa, Porto, Sintra e Vila Nova de Gaia são os concelhos de Portugal continental com maior número de desempregados. Segundo as estatísticas mais recentes do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) relativas a junho, os quatros municípios, dos distritos de Lisboa e Porto, concentram 48 450 dos inscritos nos centros de emprego, o que representa 18% do total dos 265 571 registados no continente, excluindo Açores e Madeira.

Cada um destes concelhos tinha, no último mês, mais de 10 mil desempregados, com o da capital à cabeça, a registar 17 196 inscritos. Abaixo da fasquia dos 10 mil, surge logo Loures, Matosinhos, Cascais, Braga, Gondomar e Guimarães.

Em sentido inverso, Alcoutim, que fica na fronteira com Espanha no distrito de Faro, Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, Mora, distrito de Évora, e Arronches, também no Alentejo mas desta vez no distrito de Portalegre, são os municípios com menos desempregados. Ao todo, os centros de emprego daqueles territórios registaram apenas 185 trabalhadores em situação de desemprego. Cada concelho tinha menos de 60 desempregados. Alcoutim, o local com menos desemprego do continente, recebeu apenas 29 inscrições.

Os números carecem, no entanto, de uma análise prudente, já que os grandes centros urbanos, como a capital do país e o Porto, têm mais densidade populacional, o que também se traduz num maior número de desempregados. Por outro lado, e como mostram os dados do IEFP, é natural que no interior desertificado haja menor número de inscritos nos centros de emprego.

Olhando para as regiões do país, o Norte congrega a maior parte dos desempregados: 108 642. Quatro em cada 10 inscrições foram realizadas nos centros de emprego deste território. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo, com 97 530 registos, o Centro, com 37 349, Alentejo, com 12 268, e Algarve com 9782.

No cômputo geral, o país registou, em junho, o número mais baixo de sempre. Em comparação com o mês homólogo de 2021, a quebra foi de 25,3% no continente e nas ilhas, isto é, houve um recuo de 95 419 desempregados para 282 453. Mas, tal como o Dinheiro Vivo já noticiou, essa quebra deve ser analisada com cautela, sobretudo se olharmos para a evolução do desemprego desde o início do ano: entre janeiro e junho, os registos nos centros de emprego caíram 20%, isto é, houve menos 73 415 inscritos, mas o número de pessoas em ações de formação ou indisponíveis para trabalhar devido a doença disparou 44% para 131 350. Isto poderá explicar em parte a queda acentuada dos registos de desemprego.

O valor médio mensal das prestações de desemprego, que incluem o subsídio de desemprego, o subsídio social de desemprego e o subsequente, subiu em junho 27,46 euros, para 550,82 euros, um aumento de 5% face ao montante de 523,36 euros pago no mês homólogo do ano passado, segundo dados da Segurança Social.

Já o número de beneficiários recuou um quarto para 163 772, acompanhando a queda que se tem verificado nas inscrições nos centros de emprego. Em junho do ano passado, a Segurança Social estava a pagar subsídios a 221 156 desempregados. Se olharmos apenas para o subsídio de desemprego, o montante médio mensal estava em junho nos 558 euros e eram 121 391 os beneficiários.

Lisboa e Porto são os concelhos com mais beneficiários de prestações sociais de desemprego. Do total de 155 103 pessoas que, em Portugal continental, excluindo ilhas, estão a receber subsídio, quase metade estão nestes dois distritos: 71 899. Segue-se depois Setúbal, com 15 977 beneficiários, Braga, com 13 682, e Aveiro, com 10 405.

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