Complexo de Kaesong interdito a trabalhadores sul-coreanos

A Coreia do Norte recusou hoje levantar a proibição que impede o acesso dos trabalhadores sul-coreanos ao complexo industrial de Kaesong, em território norte-coreano.
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Os trabalhadores sul-coreanos têm visto ser-lhes barrada a entrada desde quarta-feira, não havendo indicações oficiais sobre o tempo que poderá durar o atual bloqueio por parte do regime de Pyongyang.

Alguns condutores de veículos de carga dirigiram-se, logo cedo, para a fronteira, na expectativa de terem 'luz verde', mas foram forçados a voltar para trás, depois de terem sido avisados que o Norte continuava a não permitir a entrada de pessoas ou de viaturas.

Gestores de empresas sul-coreanas que integram o parque industrial advertiram que o bloqueio poderá obrigá-los a encerrar as operações em Kaesong no espaço de apenas alguns dias.

Pyongyang deixou que os sul-coreanos que se encontram no complexo industrial fossem embora, pelo que se espera que uma centena de trabalhadores atravesse a fronteira para o Sul durante o dia de hoje.

De acordo com o Ministério da Unificação do Sul, a confirmar-se a saída dos 100 sul-coreanos, ficarão ainda no complexo cerca de 500.

O ministro da Unificação, Ryoo Kihl-Jae, afirmou, esta sexta-feira, que Seul estava a ponderar retirar os seus cidadãos de Kaesong, caso a situação se tornasse insustentável.

Pyongyang, por seu turno, ameaçou retirar os seus 53 mil trabalhadores, contratados pelas 123 empresas sul-coreanas, e encerrar todo o complexo.

Localizado a escassos quilómetros da fronteira, o parque industrial, inaugurado em 2004, figura como o único projeto de cooperação económica entre o Norte e o Sul, servindo como uma fonte crucial de divisas para o Estado empobrecido da Coreia do Norte e reduzindo a dependência de Pyongyang em relação à China.

Kaesong foi escolhido para combinar a tecnologia e experiência da Coreia do Sul com a gestão a baixo custo da Coreia do Norte e é uma zona teoricamente desmilitarizada, mas fortemente armada e vigiada.

O complexo tem um volume de negócios equivalente a cerca de 1,5 mil milhões de euros, e tem funcionado sempre, apesar das repetidas crises entre os dois países.

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