Coentrão: o rebelde que fintou o destino de pescador
Natural de uma terra de pescadores,Fábio Coentrão tinha para si reservado um futuro do qual faziam parte as redes de pesca e o mar. É o próprio a admiti-lo: "Se não fosse jogador de futebol, tinha sido pescador. E não tenho vergonha nenhuma disso." No entanto, o talento para a bola levou a que tivesse, hoje, acesso a luxos que na infância eram apenas sonhos.
Aos 13 anos, Coentrão, um "rebelde" que não gostava da escola e que idolatrava Luís Figo, começou a trabalhar. Foi pintor, padeiro e trabalhou nas obras. O seu primeiro salário serviu para comprar comida para casa. O pai, pescador, passava muito tempo no Canadá, na pesca do bacalhau, e não tinha possibilidade de passar muito tempo com o filho. Quando completou 14 anos, Fábio Coentrão viu a família receber a oportunidade de ter uma vida melhor, em França. No entanto, aconselhados pelos responsáveis pelas camadas jovens do Rio Ave, os pais optaram por deixar o filho em Portugal, uma vez que já lhe perspetivavam um grande futuro no futebol. Um sacrifício que, no futuro, valeu a pena.
Os números:
O lateral-esquerdo já deixou o Benfica e a Liga portuguesa há três épocas, mas continua a ser o único defesa a ter conquistado a distinção para melhor jogador do mês. Fê-lo em fevereiro de 2011, ao superar o brasileiro Hulk, vencedor nos quatro meses anteriores.
2,5 milhões de euros - Salário anual líquido do lateral no Real Madrid até há bem pouco tempo: renovou, este mês, até 2019 e passou a ganhar quatro milhões/ano.
7 primos - O clã Coentrão no mundo do futebol não se esgota em Fábio, que tem sete primos futebolistas, mas todos na II Liga e subsequentes.
45 internacionalizações - É o lateral-esquerdo com mais jogos na história de Portugal, tendo superado os 44 de Dimas durante a preparação para o Mundial.
10 jogos na Liga - Apesar de ter sido titular nas finais de Taça do Rei e Liga dos Campeões, Coentrão jogou apenas em 10 das 38 jornadas da Liga espanhola em 2013/14.