Cientistas sugerem colonização em Marte através de banco de espermatozoides
Já há muito que se discute a possibilidade de haver vida em Marte. Mas e que tal colonizar o planeta a partir de um pequeno grupo de mulheres? Uma investigação levada a cabo pela NASA vem mostrar que a ideia é teoricamente exequível. De acordo com o The Guardian, este trabalho sugere que se poderia levar para o Planeta Vermelho um banco de espermatozoides, congelados, que segundo os últimos estudos não se danificam mesmo quando expostos a ambientes de "gravidade zero". O banco de esperma seria levado por equipas de astronautas mulheres, que assim poderiam gerar "marcianos" sem precisar de parceiros masculinos.
Já em 2017 aquela que foi a primeira astronauta britânica, Helen Sharman (visitou a estação espacial Mir em 1991), falava da existência deste estudo, não aprofundando as conclusões. Mas este relatório só viria a ser conhecido este domingo, durante o encontro anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Viena, Áustria.
O investigador Montserrat Boada, do Instituto de Saúde Feminina de Barcelona, quem apresentou o estudo, explicou que o trabalho envolveu dez dadores de esperma saudáveis, colocados em contacto com a microgravidade, com a ajuda de uma pequena aeronave. Os resultados foram claros: "Nada foi relatado sobre os possíveis efeitos das diferenças gravitacionais sobre os gâmetas humanos congelados, que poderiam ser transportados da Terra para o espaço", explicou. Por isso, pode concluir-se que existe mesmo "a possibilidade de criar um banco de esperma humano fora da Terra".
Contudo, os cientistas alertam que é preciso dar continuidade à investigação, para melhor entender o impacto das características espaciais na criação de vida humana. Além disso, é preciso testar os espermatozoides em Marte por um maior período de tempo.