Cientista Polar José Xavier ganha prémio internacional
O cientista português José Xavier, da Universidade de Coimbra, conquistou o prémio internacional APECS International Mentorship Award 2018, que é atribuído pela Associação dos Jovens Cientistas Polares (APECS, na sigla em inglês).
O galardão consagra o reconhecimento do trabalho e dos esforços dos investigadores no âmbito da comunidade científica polar, e da própria APECS.
Escolhido entre os mais de 60 jovens cientistas polares nomeados pelos respectivos comités nacionais da APECS (José Xavier foi nomeado pela APEC Portugal), o cientista português vê assim reconhecidas as sua "contribuições excecionais"para a associação internacional dos jovens investigadores polares.
Para o investigador, este "é um orgulho muito grande, pois é o reconhecimento da nova geração de jovens cientistas de todo o mundo, com o trabalho que temos desenvolvido com muitos países em prol da ciência e na formação de cientistas", nesta área.
Por isso, diz, este é um prémio repartido pelos meus estudantes e colegas, pela sua dedicação, trabalho e entusiasmo ao longo destes anos, particularmente aos excelentes jovens cientistas que Portugal possui, através do magnífico trabalho da APECS Portugal!".
José Xavier fez a sua primeira expedição à Antártida em 1999, quando tinha 23 anos, para estudar ao efeito das alterações na disponibilidade de alimento das aves antárticas e na cadeia alimentar. Desde então já participou em mais oito expedições ao continente austral e mais uma ao Ártico e é o delegado português ao Tratado da Antártida, que Portugal ratificou e integra desde 2010.
José Xavier já era um cientista polar premiado internacionalmente. Em 2011 conquistou o prestigiado "Martha T. Muse 2011, para a ciência e política na Antártida", que reconhece a excelência do trabalho científico a investigadores em meio de carreira com trabalho no terreno.
Em junho José Xavier e outros oito especialistas em ciências polares, lançaram um alerta na revista Nature por causa das alterações climáticas e das emissões de gases com efeito de estufa que estão na sua origem: resta uma janela de dez anos para travar a fundo nessas emissões se queremos salvar a Antártida do degelo e o resto do mundo dos impactos que isso vai causar.