Chineses temem vigilância por reconhecimento facial
A população das cidades chinesas de Shangai e Shenzhen não estão satisfeitas com a possibilidade de existir um aumento do recurso à tecnologia no país, nomeadamente com a ideia das autoridades de utilizarem o reconhecimento facial em alguns serviços. Esta semana, Zhengzhou, a capital do nordeste da província de Henan, tornou-se a primeira cidade chinesa a controlar tecnologia das estações de metro, segundo noticiou esta sexta-feira a BBC.
Sistemas de reconhecimento facial estão a ser colocados em estações, escolas e centros comerciais. Cerca de 80% das pessoas que responderam a um inquérito efetuado pelo Centro de Pesquisa e Proteção de Informação Pessoal Nandu assumiram estar preocupadas com o sistema de reconhecimento facial, pois consideram que este terá poucas medidas de segurança.
O estudo que mostra estes dados, pela primeira vez noticiado pelo Financial Times, foi publicado esta quinta-feira (5 de dezembro).
O documento confirma que a China não tem "qualquer lei específica para proteger os dados biométricos" e sublinhou existir uma "falta de segurança aos empregados no ambiente de trabalho".
Investigadores chineses afirmam que sistemas de vigilância, quando impropriamente implantados, não apenas falharão na efetiva guarda da segurança pública, como também infringem a liberdade/privacidade das pessoas e promovem uma fonte de abuso", segundo a CNN.
De acordo com uma recente análise do site do consumidor Comparitech, as cidades chinesas de Shangai e Shenzhen estão entre as mais monitorizadas do mundo com mais de 100 câmaras por cada milhar de pessoas.
A China é conhecida pela sua pesada política de vigilância, opção confirmada por um levantamento efetuado por uma empresa que estima já terem sido instaladas 176 milhões de câmaras para monitorar espaços públicos no país. Esta é uma importante forma de "controlo" da população, de acordo com o Mail online.
Além de que 84% das pessoas disseram querer rever os dados que o sistema de reconhecimento facial recolheu sobre si. A maioria afirma preferir a possibilidade de usar cartões de identificação, licenças de condução e passaportes como alternativa.
Por outro lado, o estudo do Centro de Pesquisa e Proteção de Informação Pessoal Nandu sugere que entre 60 a 70% dos residentes chineses acreditam que o reconhecimento facial torna os espaços públicos mais seguros.
Esta denúncia foi acolhidapelo governo estando o Partido Comunista da China, de acordo com a BBC, disposto a permitir que o uso desta tecnologia seja debatido pelo público.