China suspeita de ciberataque a dona do The Wall Street Journal, The Times e The Sun

A empresa de cibersegurança Mandiant adianta que foi contratada pela News Corp para esclarecer o incidente e indicou a China como principal suspeita.
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O grupo de comunicação social norte-americano News Corp, que publica The Wall Street Journal e os jornais britânicos The Times e The Sun, disse esta sexta-feira que foi alvo de um ciberataque em janeiro que teria sido cometido por espiões chineses.

Em documento apresentado na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a News Corp relatou que o alvo foi a plataforma de um dos seus provedores terceirizados, que oferecem soluções tecnológicas para vários dos seus veículos e departamentos.

"A empresa está a fazer uma investigação para conhecer as circunstâncias desta operação e determinar a sua natureza, alcance, duração e impactos", informou o grupo fundado pelo bilionário e magnata de comunicação social Rupert Murdoch.

O grupo destacou que os dados financeiros e os dos seus clientes não foram visivelmente afetados e que o ataque já havia sido controlado.

A empresa de cibersegurança Mandiant confirmou à AFP que foi contratada pela News Corp para esclarecer o incidente e indicou a China como principal suspeita.

"A Mandiant avalia que os atores por trás desta operação têm ligações à China e acreditamos que provavelmente estejam envolvidos em atividades de espionagem destinadas a obter informações de Inteligência para proveito dos interesses chineses", afirmou o vice-presidente da Mandiant, David Wong.

Há anos que Washington suspeita de que a China esteja a lançar ataques cibernéticos contra empresas, organizações e agências do governo norte-americano. Pequim rejeita as acusações.

Na terça-feira, o diretor do FBI, Christopher Wray, disse que a sua agência trabalha em mais de 2000 investigações.

"O governo chinês tenta roubar-nos informações e tecnologia", afirmou, acrescentando que um novo caso de contraespionagem referente à China é aberto, em média, duas vezes por dia.

Os Estados Unidos acusaram a China, por exemplo, de ser responsável pela invasão em massa dos serviços de mensagens Exchange, da Microsoft, em março de 2021. Pequim reagiu na altura, dizendo tratar-se de acusações "infundadas".

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