China promete acabar com retirada dos órgãos de presos condenados à morte
A partir do dia 1 de janeiro, a China deixará de ser a principal fonte de órgãos para transplantes pois a doação de órgãos só será permitida se for voluntária e os prisioneiros executados deixarão de ser uma fonte possível para transplante.
O anúncio foi feito na quarta-feira pelo chefe do Comité da Doação de órgãos, Huang Jiefu, durante um seminário da ONG Organização Chinesa da Obtenção de Orgãos, em Kunmig, e visível nas páginas de alguns jornais locais como o Southern Metropolis Daily.
Em novembro de 2012, o governo chinês tinha-se já comprometido a acabar com esta prática num prazo máximo de dois anos. Passados quase os dois anos, nada mudou. Além disso, fica por resolver a questão de como se irá dar resposta à procura de órgãos, num país com cerca de 1 300 milhões de habitantes e em que 300 milhões de pessoas precisam de um transplante.
A extração de órgãos dos cadáveres dos prisioneiros condenados à morte foi duramente criticada em todo o mundo porque, segundo a referida Organização Não Governamental, o governo chinês não leva em conta o consentimento dos doadores nem das respetivas famílias.
Segundo o jornal espanhol El Mundo, a escassez de doadores voluntários pode estar ligada à crença da reencarnação que se vive no país, o que levou a que as autoridades chinesas obrigassem os condenados a "converter-se" em doadores.