Chile reabre investigação à morte de Pablo Neruda

A justiça chilena vai reabrir a investigação sobre a morte do poeta Pablo Neruda para averiguar as suspeitas de que ele foi envenenado.
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Pablo Neruda, vencedor do Nobel da Literatura em 1971, morreu a 23 de setembro de 1973, duas semanas após o golpe militar que colocou no poder Augusto Pinochet.

O ex-motorista do poeta declarou na altura que agentes da ditadura se tinham infiltrado na clínica de Santa Maria, em Santiago, onde Neruda estava internado, com cancro na próstata, e lhe aplicaram uma injeção letal. Mas uma investigação realizada em 2013 não conseguiu confirmar esta acusação.

A reabertura do processo foi solicitada pela família de Neruda e pelo Partido Comunista, contando com o apoio do governo, tendo em conta que existem agora novas técnicas forenses que permitirão detetar eventuais danos celulares ou em proteínas provocados por agentes químicos que estejam presentes nos restos mortais do poeta, em vez de, como na primeira investigação, procurar algum veneno no corpo de Neruda.

"Há indícios de que ele terá sido envenenado e as evidências apontam para o envolvimento de certos agentes... o que poderá constituir um crime contra a humanidade", disse ontem o secretário dos Direitos Humanos do Ministério do Interior chileno, Francisco Ugaz.

O mais conhecido poeta chileno publicou em 1924 o livro 20 Poemas de Amor e uma Canção Desesperada, com apenas 19 anos. Para além de poeta prolífico, foi também um ativista político e apoiante de Salvador Allende.

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