Chefes rejeitam "interferências diretas ou indiretas"

Os chefes militares declararam esta sexta-feira que "os assuntos internos das Forças Armadas são da sua responsabilidade direta e exclusiva".
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Em comunicado, no final do Conselho de Chefes de Estado-Maior (CCEM), os seus quatro membros frisaram "claramente que, fora do quadro legalmente estabelecido, não aceitam quaisquer interferências diretas ou indiretas na cadeia hierárquica de comando".

Na base do comunicado do CCEM, feito a três dias da ida dos chefes a Belém para uma reunião marcada há uma semana pelo Presidente da República mas apresentada como "de urgência", estão as "afirmações públicas [...] exteriores à cadeia de comando das Forças Armadas, amiudadas vezes totalmente descontextualizadas, ilegítimas, despropositadas e mesmo irresponsáveis".

Recorde-se que os dirigentes associativos manifestaram esta semana o seu apoio e concordância com as afirmações feitas há dias pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA), quando lembrou que os militares sofrem os efeitos da crise como os restantes cidadãos e participam no esforço de a vencer.

"O que não quer dizer que sejamos submissos", acrescentou o general Luís Araújo, usando uma fase muito cara às associações de militares e que levou o líder da Associação Nacional de Sargentos, Lima Coelho, a qualificar as afirmações do CEMGFA como tendo "extrema importância" e por serem ditas "de forma tão clara e frontal".

Rejeitando interferências que "possam pôr em causa a coesão e a disciplina" das Forças Armadas "e condicionem a sua ação de comando", o CEMGFA e os chefes da Armada, Exército e Força Aérea "afirmam, claramente, que fora do quadro legalmente estabelecido, não aceitam quaisquer interferências diretas ou indiretas na cadeia hierárquica de comando".

"Os Chefes de Estado-Maior asseguram a coesão e a disciplina das Forças Armadas, exercendo a autoridade que lhes está conferida pela lei, designadamente, quanto ao cumprimento escrupuloso das normas legais que regulam a conduta no âmbito da Condição Militar dos militares na efetividade de serviço", lê-se ainda no comunicado, dois dias após as associações de oficiais, sargentos e praças terem marcado um encontro nacional de militares e na véspera de uma manifestação contra as políticas do Governo.

"As Forças Armadas continuam, como sempre, focadas no cumprimento das missões atribuídas no território nacional e fora do País, exclusivamente ao serviço de Portugal e dos portugueses", concluiu o comunicado.

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