Chefe máximo operacional da Proteção Civil sai ao fim de cinco meses
Há uma crise na liderança operacional da ANPC (Autoridade Nacional de Proteção Civil), a semanas de se iniciar a época dos incêndios.
António Paixão, indigitado para o cargo em novembro passado em substituição de Rui Esteves - que se demitira em setembro - entrou em choque frontal com Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros, apurou o DN.
Minutos após a notícia ter sido avançada pelo DN, o Ministério da Administração Interna enviou um comunicado às redações informando que o governo designou o coronel do exército José Manuel Duarte da Costa para o lugar.
Ainda segundo o comunicado, António Paixão invocou "razões pessoais" para apresentar a sua demissão.
Marta Soares saúda a decisão
Contactado pelo DN, o presidente da Liga dos Bombeiros afirmou que a demissão de António Paixão, "é uma atitude de honestidade, de dignidade. As pessoas quando sentem que não estão devidamente capacitadas para o exercício de uma função e tomam uma atitude dessas é uma atitude de enaltecer, de saudar".
Jaime Marta Soares voltou a salientar que para a Liga dos Bombeiros António Paixão não era a pessoa adequada para o cargo. "Não me parecia que o senhor coronel tivesse o perfil adequado para o exercício daquela função, mas não somos nós, Liga de Bombeiros, que temos competência para nomear".
António Paixão fundou e liderou o Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR e antes de assumir o comando operacional da ANPC liderava o comando territorial da Guarda Nacional Republicana de Lisboa.
Assim que foi indigitado, os bombeiros fizeram ouvir o seu protesto, através de Jaime Marta Soares, que queria um bombeiro na função. Os bombeiros sentem que o seu papel na estrutura do combate aos incêndios está a ser desvalorizado, face à GNR e aos militares.
Duarte da Costa tem experiência de operações
O coronel Duarte da Costa, "Chefe do Estado Maior do Comando das Forças Terrestres, é responsável pelas áreas de planeamento e execução da atividade operacional da componente terrestre das Forças Armadas", afirma o MAI no referido comunicado.
"Neste âmbito, é responsável pela implementação de soluções organizacionais respeitantes ao emprego dos recursos humanos, materiais e financeiros em missões militares, sejam elas ligadas à capacidade de combate ou à capacidade de continuadamente executar missões de apoio militar de emergência e de apoio ao desenvolvimento e bem estar das populações, no suporte e aconselhamento do processo de decisão dos Chefes Militares", lê-se ainda. Com RSF
Atualizada Às 22:30 com comunicado do MAI