CGD justifica pinos metálicos com "atentado ao pudor"

Bloco de Esquerda de Vale de Cambra denunciou aplicação de "picos anti-sem abrigo" no chão da fachada da agência bancária
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A Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse hoje que os pinos metálicos instalados na sua agência de Vale de Cambra e criticados pelo Bloco de Esquerda (BE) visam impedir "atos de atentado ao pudor" que já foram participados à GNR.

A coordenação distrital de Aveiro do Bloco de Esquerda dirigiu hoje, de manhã, críticas à CGD de Vale de Cambra, acusando-a de instalar no exterior do edifício "picos anti-sem abrigo" reveladores de "total desprezo e falta de solidariedade para com as pessoas mais desprotegidas" da sociedade.

"A Caixa fez estas obras de modo a proteger os seus clientes, que têm o direito de frequentar a agência sem serem incomodados por atos de atentado ao pudor praticados por uma pessoa que passou a fazer da montra do banco o seu local de vida, com tudo o que decorre de uma situação destas em termos de higiene do espaço público", refere fonte oficial da instituição bancária.

Referindo que a situação foi participada "no início do ano" aos serviços de Ação Social da Câmara Municipal de Vale de Cambra, a mesma fonte lamenta que "as autoridades competentes não tenham conseguido resolver este problema, que afeta e preocupa os clientes que têm contacto com a agência".

A CGD realça ainda que a situação já motivou "em maio uma participação formal de denúncia de atentado ao pudor à GNR", pelo que o banco "reitera o pedido de auxílio às autoridades públicas competentes, de modo a encontrar-se uma solução que seja digna para todos".

Contactada pela Lusa, fonte oficial da Câmara de Vale de Cambra explica que em causa está "um cidadão reformado, que não é sem-abrigo, mas sofre de alcoolismo".

A situação do indivíduo vem sendo acompanhada "há anos" e, ainda em 2016, os serviços da autarquia o encaminharam para tratamento de reabilitação numa instituição especializada, o que não impediu a sua recaída mais tarde.

"A Câmara já fez tudo o que lhe cabia no âmbito das suas competências", garante a fonte da autarquia. "Nesta fase, e uma vez que o senhor em causa se recusa a sujeitar-se a novo tratamento, a eventual solução seria o seu internamento compulsivo, mas essa decisão já dependerá sempre do Ministério Público e das autoridades da área da Saúde - neste caso concreto, da Saúde Mental", conclui.

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