Cenário de eleições, de Marcelo, não é "inevitável" para Costa

António Costa admite governar mesmo que o Orçamento do Estado seja chumbado. Marcelo Rebelo de Sousa pondera pensar "num cenário que até agora não tinha pensado".
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"Se [BE e PCP] disserem que não, eu estou preparado para cumprir os meus deveres para com o país, que é manter o país na trajetória de governação que tem vindo a ser prosseguida (...) Se o senhor Presidente da República entender de uma forma diversa, eu respeitarei a decisão, e estou preparado para tudo", assegura António Costa.
O primeiro-ministro afirmou que legislativas antecipadas não é "preocupação, nem uma consequência que nós considerássemos inevitável, nem uma consequência em que nós estejamos a trabalhar", apesar de o Presidente da República ter entendido "dizer que, se o Orçamento não fosse aprovado, era a consequência que retiraria".
Na semana passada, no dia 13, Marcelo Rebelo de Sousa, avisou que um chumbo do OE2022 muito provavelmente" conduziria à dissolução do parlamento e a eleições antecipadas, com "seis meses de paragem na vida nacional", alertando para "os custos muito elevados". Ontem, disse ser "desejável e expectável para o país que o Orçamento passasse, poupava muitos custos, muitos problemas e algumas preocupações (...) Se corre tudo como eu desejo e espero, é uma hipótese. Se não corre, passo a pensar nesse cenário [sem esclarecer qual] que até agora não tenho pensado".

António Costa, na sexta-feira à noite, na reunião da Comissão Política Nacional do PS, anunciou que o governo quer aumentar o salário mínimo para 705 euros no próximo ano (mais 40 euros), subir mais 45 euros em 2023, e mais 50 euros em 2024 e também em 2025 para atingir o valor de 850 euros de "convergência com a UE".
O PS comprometeu-se ainda com um "aumento extraordinário de todas as pensões com valor até 1.097 euros "; aceita o "aumento do mínimo de existência em 200 euros, além da atualização regular através da fórmula do Código do IRS, abrangendo mais cerca de 170 mil pessoas com isenção"; prometeu a "gratuitidade progressiva das creches" a começar no próximo ano até atingir "todos os anos da creche" em 2024/2025; garantiu mais dinheiro para transportes públicos; o alargamento do fundo de tesouraria às micro, pequenas e médias empresas; e a "criação da carreira de técnico auxiliar de saúde; alargamento do conceito de crime de maus tratos animais".

O BE diz estar , até à votação na generalidade, "aberto à negociação", mas que se não houver qualquer nova aproximação às [suas] nove propostas - "várias ainda estão sem resposta, outras têm respostas manifestamente insuficientes" - e a manter-se este quadro, a Comissão Política proporá à Mesa Nacional "a orientação de voto contra" o OE2022.
O PCP anuncia amanhã o sentido de voto. Jerónimo de Sousa, pediu na sexta-feira, à noite, "medidas concretas" que respondam "ao que é preciso". O aumento geral dos salários, a valorização das carreiras e profissões, o salário mínimo em 850 euros e uma melhor distribuição da riqueza são para o PCP uma "emergência nacional e decisiva".

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