CEDEAO rejeita declaração de independência do Norte
A entidade, em comunicado emitido na segunda-feira em Lagos, na Nigéria, repetiu que estava pronta a tomar "todas as medidas necessárias" para preservar a integridade territorial do Mali.
A CEDEAO, que junta 15 Estados, admitiu que soube, "com espanto, da tentativa de criação de um 'Estado islâmico do Azawad' na zona ocupada do Norte do Mali" e "denunciou com toda a energia este ato oportunista".
Aquela declaração de independência vai ter como efeito "o agravamento da situação das populações, já vítimas de toda a espécie de atrocidades e privações, nas zonas ocupadas do Mali, e expor o conjunto da região aos piores perigos, nos planos da paz e da segurança", previu a CEDEAO, que assegurou que "a integridade territorial do Mali não é negociável".
Por fim, reiterou a sua "oferta para a procura de soluções negociadas para todas as reivindicações legítimas", sublinhando a sua "determinação para tomar todas as medidas necessárias para impedir que o Norte do Mali se transforme numa zona de não-direito, controlada por redes terroristas e criminais de todo o tipo, e ajudar o Mali a reencontrar a sua unidade e preservar a sua integridade territorial".
A CEDEAO está pronta para enviar uma força militar para o Mali, se receber um pedido oficial neste sentido dos dirigentes de Bamako.
Os rebeldes tuaregues e o movimento islamita Ansar Dine, dois dos grupos que controlam o Norte do Mali desde há dois meses, no que é uma divisão de facto provocada pelo golpe de Estado de 22 de março, em Bamako, anunciaram no sábado a sua fusão e a criação de um "Estado islâmico" na região.
Por seu lado, o governo maliano rejeitou "categoricamente" a criação de um "Estado islâmico" no Norte pelo Movimento Nacional de Libertação de Azawad (MNLA), dos rebeldes tuaregues, e pelo Ansar Dine, grupo islamita aliado da Al-Qaeda do Magrebe Islâmico.