"Perante a gravidade do sucedido e tendo em conta a necessidade de esclarecimentos, o vereador Pedro Carvalho requereu a discussão desta matéria em ponto próprio da ordem de trabalhos da reunião de Câmara de terça-feira", adiantou o PCP do Porto em comunicado..O PCP considera que "a operação de despejo, apoiada num forte aparato policial, que resultou em várias detenções e momentos de grande tensão entre com os ativistas", foi a "consequência de um processo que a coligação PSD/CDS conduziu com insensibilidade e preconceito"..Os comunistas querem ainda saber detalhes sobre o projeto social que a Câmara do Porto tem previsto para o local. ."O PCP estranha a escassez de informação sobre qual o projeto em concreto, a partir de quando se prevê iniciar, assim como acerca da incompatibilidade da sua coexistência com as atividades que decorriam", afirmam. .Os comunistas exigem ser elucidados sobre "a intervenção da PSP, da Polícia Municipal e dos Bombeiros Sapadores do Porto".."A intervenção da Polícia Municipal e da PSP com recurso à violência reclama esclarecimentos cabais que fundamentem os motivos que conduziram a este desfecho", observa o PCP..Os comunistas alertam ainda que "segundo foi tornado público, os bombeiros sapadores mobilizados para esta ação de despejo foram-no sem conhecimento prévio da ocorrência e participaram sem fardas e com os rostos cobertos, numa evidente utilização abusiva destes profissionais"..O PCP quer ainda esclarecimentos sobre a proposta aprovada em reunião de Câmara a 13 de março..Nesse dia, a autarquia aprovou, com a abstenção da maioria PSD/CDS, uma proposta de recomendação da CDU em que se comprometia a tomar "as diligências necessárias para suspender o despejo da Es.Col.A do espaço onde atualmente se encontra e estabelecer um diálogo com os seus promotores, com o objetivo de garantir a continuidade deste projeto e das suas atividades em prol da população onde se insere"..No entanto, alerta o PCP, desde o início do projeto que a coligação PSD/CDS, "não procurou de forma genuína uma solução de entendimento e de compromisso com a apresentação de propostas que permitissem a continuação das atividades", diz o comunicado..O coletivo Es.Col.A, instalado na antiga escola primária da Fontinha desde abril de 2011, foi na quinta-feira despejado do local..A Câmara do Porto revelou que estava disponível a permitir a ocupação da Es.Col.A até ao fim de junho, desde que fosse formalizado um contrato de cedência e o pagamento de uma renda simbólica de 30 euros..Foi perante "a incompreensível recusa do grupo em aceitar estas condições mínimas exigidas por lei" e "aplicadas a qualquer cidadão ou instituição" que se procedeu ao despejo coercivo, explicou a autarquia, em comunicado..O despejo não foi pacífico e houve mesmo confrontos entre os ativistas e a polícia, tendo algumas pessoas sido levadas para a esquadra para serem identificadas, confirmou à Lusa fonte da PSP..O espaço da escola da Fontinha foi cedido ao movimento Es.Col.A pela Câmara do Porto até dezembro, com o argumento de que a autarquia teria "em fase de negociação" um projeto municipal para aquele edifício, abandonado há cerca de cinco anos..O movimento revelou em fevereiro ter recebido uma carta da Câmara do Porto "a comunicar o término da cedência"..Fonte oficial da autarquia revelou, então, ter autorizado o movimento Es.Col.A a continuar na escola da até ao final de março, enquanto decorriam negociações para ocupação do espaço..O movimento Es.Col.A ocupou a escola do Alto da Fontinha em abril de 2011, tendo vindo a dinamizar diversas atividades, desde hortas a teatro, passando por ioga e cinema..Em maio de 2011, o coletivo foi despejado, levando alguns moradores da Rua da Fábrica a solidarizarem-se com o grupo de "ocupas" e a manifestaram-se contra a ordem camarária.