CDS pede expulsão do partido de Viktor Orbán do PPE
Na carta enviada ao presidente do PPE, Joseph Daul, a que o DN teve acesso, o CDS diz respeitar todas as diferenças de opinião dos partidos e a soberania de cada país, mas "as ações e declarações deste partido húngaro, contra o próprio PPE, e as atitudes do seu governo colocam em causa o próprio sentido de unidade e pertença a um projeto europeu democrata-cristão, baseado nos Direitos Humanos, na democracia pluralista e liberal e no Estado de Direito". O partido húngaro em causa é o Fidesz, do primeiro-ministro Viktor Orbán.
"As ações e declarações deste partido húngaro, contra o próprio PPE, e as atitudes do seu governo colocam em causa o próprio sentido de unidade e pertença a um projeto europeu democrata-cristão, baseado nos direitos humanos, na democracia pluralista e liberal e no Estado de Direito", lê-se numa carta assinada pela líder do CDS-PP, Assunção Cristas, e pelo eurodeputado Nuno Melo, cabeça de lista do partido às eleições europeias de maio.
Para Nuno Melo, "queremos avaliar os factos e ouvir democraticamente todos os membros. Queremos ouvir especialmente o próprio partido Fidesz e aferir o compromisso deste partido e do seu presidente, Vitor Orbán, aos princípios e valores da nossa família política europeia."
Nuno Melo afirma ainda que "esperamos que outras famílias políticas europeias, como a socialista, façam a mesma reflexão e tomem uma decisão sobre partidos e governos que não respeitam os valores ou não protegem o Estado de Direito na Europa".
O CDS desafia assim o Partido Socialista Europeu a ter uma atitude equivalente relativamente aos partidos socialistas da Roménia e de Malta envolvidos em casos graves de corrupção.
Em causa estão, segundo Assunção Cristas e Nuno Melo, cabeça de lista do CDS às eleições para o Parlamento Europeu, o partido socialista romeno (PSD) e a tentativa de aprovação de leis de amnistia que permitiriam evitar a condenação de políticos como o socialista Liviu Dragnea, chefe do PSD, membro da internacional socialista, impedido de exercer funções de chefe do governo em razão de condenação por fraude eleitoral, também acusado de ter participado no desvio de 21 milhões de euros ligados a fundos comunitários, ou o governo socialista de Malta, envolvido em casos de corrupção, cuja investigação, alegadamente, terá motivado o assassinado da jornalista Daphne Caruana Galizia.