Cavaco admite mudança de Governo pela primeira vez

O Presidente da República alertou esta sexta-feira que Portugal terá de satisfazer obrigações financeiras anuais da ordem dos 18 mil milhões de euros em 2014 e 2015, "independentemente do Governo que estiver em funções.
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Por isso, em junho de 2014 (quando termina o programa de ajuda externa), é de "grande importância para o futuro coletivo" do País fazer uma reflexão sobre o futuro pós-troika de Portugal, enfatizou Cavaco Silva.

O Chefe do Estado intervinha na abertura do Encontro de Economistas, organizado por si no Palácio de Belém, e onde vão falar ainda o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, e o diretor-geral para os Assuntos Económicos e Financeiros da Comissão Europeia, Marco Buti.

Quanto ao pagamento de obrigações de dívida em 2014 e 2015, Cavaco Silva lembrou que ele será da ordem dos 15 mil milhões de euros e de 14 mil milhões, respetivamente. Com os juros e amortizações da dívida, o montante total a pagar "não será diferente" dos 18 mil milhões de euros, precisou o Presidente.

O Presidente referiu-se depois aos cenários que se colocam a Portugal em meados de 2014: encerrar o programa de ajustamento "com uma avaliação positiva" ou a "hispótese negativa" - a que os observadores "davam pouca probabilidade até há poucos dias" - de "não regressar aos mercados".

"Dificuldades políticas internas" ou a "indisponibilidade da troika" em fechar os programas de avaliação a Portugal são duas situações que contribuirão para esse desfecho negatico e que deixarão o País "sob grande stress", face à avaliação das organzações internacionais e das agências de rating, antecipou Cavaco Silva.

No cenário favorável, uma "questão básica" para Cavaco Silva reside em saber quais "as condições que Portugal deve preencher para regressar aos mercados" com "taxas de juro razoável" (ao nível das da Espanha, Irlanda e Itália) e um programa cautelar pós-troika "sem medidas de austeridade adicionais".

"Serão condições de vária ordem", tanto políticas (estabilidade, capacidade de fazer compromissos de médio prazo sobre reformas estruturais) como económicas (estabilidade do sistema financeiro, crescimento da economia) e sociais (diálogo, consenso entre o Governo e os parceiros), assinalou o Chefe do Estado.

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