Catálogo musical de David Bowie vendido por 221 milhões de euros à Warner

A venda inclui os direitos sobre centenas de canções que abrangem a carreira de David Bowie, tais como "Space Oddity", "Changes", "Life on Mars?" e "Heroes".
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Os direitos de todas as obras musicais de David Bowie foram vendidos à Warner Chappell Music, informou a editora americana esta segunda-feira, depois de uma onda de vendas lucrativas dos catálogos das estrelas do rock.

A Warner Chappell não divulgou os termos financeiros do acordo, porém a revista Variety assegura que ronda os 221 milhões de euros.

Em questão estão os direitos sobre centenas de canções que abrangem a carreira de seis décadas de Bowie, incluindo "Space Oddity", "Changes", "Life on Mars?" e "Heroes", que "mudaram a trajetória da música moderna para sempre", segundo o diretor da empresa, Guy Moot, em comunicado.

"Estamos imensamente orgulhosos de termos sido escolhidos como guardiões da herança de David Bowie, um catálogo com o que há de mais revolucionário, influente e duradouro na história da música", sublinhou.

A Warner Chappell Music constituiu, assim, um catálogo excecional que inclui 27 álbuns: do primeiro disco, "David Bowie" (1967), à sua obra póstuma, "Toy", lançada em novembro de 2021. "Não são apenas músicas incríveis, mas marcos que mudaram para sempre o decorrer da música moderna", insistiu Moot.

Com este acordo, presume-se que a Warner, um dos três grandes grupos da indústria musical junto com a Sony e a Universal, receberá os direitos de cada transmissão e uso total, ou parcial, de cada canção de Bowie nas plataformas de streaming online, em filmes, televisão, rádio, ou comercial.

O anúncio foi feito poucos dias antes do 75.º aniversário de David Bowie, a 8 de janeiro, e quase seis anos após sua morte, no dia 10 de janeiro de 2016, depois de uma longa batalha contra o cancro.

Bowie foi o precursor do glam-rock, criador de um universo artístico além do musical, com personagens como Major Tom e Ziggy Stardust. O "Camaleão do Rock" tornou-se um dos músicos mais influentes do século XX.

A venda ocorre durante uma "onda" de negócios semelhantes das estrelas do rock. Em dezembro, Bruce Springsteen anunciou a venda dos seus direitos musicais à Sony Music por cerca de 444 milhões de euros e, em outubro, Tina Turner, de 81 anos, vendeu o seu catálogo musical ao grupo alemão BMG.

Já Stevie Nicks, dos Fleetwood Mac, fez o mesmo com a maior parte do catálogo da banda. Outros artistas que também venderam os seus direitos musicais foram Paul Simon e Neil Young.

Após uma fase conturbada nos anos 2000, a indústria da música voltou a descolar com a revolução do streaming, uma importante fonte de rendimento para os proprietários dos catálogos.

Antes, o domínio exclusivo pertencia às editoras mais importantes, mas o setor agora é sustentado por fundos de investimento, como o Hipgnosis.

"Músicas de extraordinário sucesso e impacto cultural produzem fontes de receitas confiáveis e de longo prazo e são, portanto, altamente lucrativas", escreveu recentemente um dos fundadores, Merck Mercuriadis, ex-empresário do cantor britânico Elton John.

A Hipgnosis diz possuir 146 catálogos, incluindo os da banda Red Hot Chili Peppers e alguns trabalhos de Neil Young adquiridos em 2021, sendo o equivalente a mais de 65 mil canções, cujo valor é estimado em mais 2 mil milhões de dólares. Além disso, a Hipgnosis vê perspetivas de receita nas plataformas mais recentes, como o TikTok e Roblox.

Taylor Swift, uma das grandes cantoras pop dos Estados Unidos, teve recentemente muito sucesso com remakes de dois dos seus antigos álbuns, depois de prometer regravar os primeiros seis álbuns para controlar os direitos de autor sobre o seu catálogo musical.

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