Carros elétricos da Uber chegam a mais três cidades e ao Algarve
Em Aveiro, Braga, Coimbra e todo o Algarve já se pode chamar um carro elétrico ao serviço da Uber. A partir desta quinta-feira, a plataforma de transportes norte-americana alarga a opção ecológica Uber Green para lá da Grande Lisboa e do Grande Porto. Comprar bilhetes para os transportes públicos dentro da aplicação também passará a ser possível nos próximos meses.
Desde julho que a plataforma de transportes apenas aceitava novas inscrições de carros elétricos nas duas áreas metropolitanas e também nos distritos de Braga e de Faro. "Este já era um indicador" que o serviço mais ecológico da empresa teria maior cobertura, reconhece em entrevista ao DN/Dinheiro Vivo o diretor-geral da Uber em Portugal, Manuel Pina.
A Uber pretende realizar todas as viagens sem emissões daqui a 20 anos. Antes disso, em 2025, Lisboa será uma das sete cidades europeias em que metade das deslocações será feita sem poluir o ambiente. "Objetivos ambiciosos", no entender de Manuel Pina, e que têm levado a empresa a fazer parcerias com operadores locais.
Os motoristas ao serviço da empresa em Lisboa e no Porto têm acesso a postos exclusivos de carregamento rápido, graças a uma parceria com o operador português Power Dot. Para já, não estão fechadas parcerias para as novas cidades com carros elétricos. A plataforma de transportes confia que "os empresários locais façam investimento" em novos postos, até porque "o acesso a carregadores necessita de muitos desenvolvimentos em Portugal".
Fora de hipótese está a aplicação de descontos nas viagens feitas em carros elétricos. Uma descida de preços "prejudicaria os parceiros e baixaria os rendimentos" da opção ecológica em detrimento das viagens com veículos a combustão. A Free Now, uma das rivais da Uber, reduziu o preço destas viagens em setembro, para incentivar a utilização destes veículos.
Em março de 2016, Lisboa foi a primeira cidade do mundo em que a Uber lançou a opção por carros elétricos. Deste então, foram feitas sete milhões de viagens com estes veículos.
A Uber quer afirmar-se cada vez mais como uma aplicação de mobilidade e não só como uma solução para chamar um TVDE (transporte de passageiros em veículos descaracterizados). No início do ano, incluiu os transportes públicos dentro da aplicação. A compra de viagens "a partir da aplicação é o próximo passo" e poderá ocorrer nos próximos meses, assume Manuel Pina.
Em meados de junho, a tecnológica despediu entre 120 e 150 pessoas do centro de excelência em Lisboa. O corte de 30% no escritório que presta apoio aos serviços para toda a Europa resultou da forte diminuição das viagens durante o período do confinamento e que acabou por não ser compensado por um aumento do serviço de entrega de comida (Uber Eats).
Manuel Pina assume, embora sem quantificar, que foi possível "recuperar algumas das posições e das pessoas que tinham sido afetadas", sobretudo para prestar ajuda aos parceiros de transporte de passageiros e aos restaurantes. Nos últimos dias, cerca de 50 parceiros, entre motoristas, estafetas e restaurantes, ponderaram apresentar uma providência cautelar contra a Uber, alegando atrasos em pagamentos.
A tecnológica defende-se dizendo que os pagamentos estavam retidos devido a uma diretiva da União Europeia, que exige documentos adicionais por questões de segurança. A empresa diz que reforçou a equipa para lidar com esta situação.