500 anos da Rota de Magalhães celebrados com candidatura à UNESCO

Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação arrancam no segundo semestre deste ano
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A candidatura à UNESCO da Rota de Magalhães e a criação de um Centro de Interpretação são algumas das 62 iniciativas previstas para as comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação do navegador português Fernão de Magalhães.

O programa das Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação, com iniciativas que começam no segundo semestre deste ano e que decorrem até 2022, foi hoje publicado em Diário da República, após aprovação pelo Conselho de Ministros.

A resolução determina que o orçamento para 2018 é de 1,2 milhões de euros, sendo 800 mil destinados à aquisição de bens e serviços e outros bens de capital, enquanto os restantes 400 mil euros revertem para despesas com o pessoal.

Ao todo, estão previstas 62 iniciativas e ações, organizadas por "um diversificado leque de entidades, públicas e privadas, de forma privada ou em parceria, de âmbito local, regional, nacional ou internacional". Para além disso, serão lançadas convocatórias públicas à apresentação de projetos por parte da sociedade portuguesa.

As iniciativas, refere a Estrutura de Missão das Comemorações do V Centenário da Circum-Navegação comandada pelo navegador português Fernão de Magalhães (EMCFM), pretendem "reconhecer o papel, passado e presente, de Portugal e dos portugueses para a promoção do conhecimento, do diálogo intercultural e da sustentabilidade do planeta, contribuindo para uma sociedade mais justa, inclusiva e com maior bem-estar".

A candidatura da Rota de Magalhães a Património Cultural da Humanidade da UNESCO é um dos projetos a ser desenvolvidos no âmbito da Rede Mundial das Cidades Magalhânicas, com o envolvimento da Rede Mundial das Universidades Magalhânicas. Em 2016, o bem "Rota de Magalhães -- Primeira Volta ao Mundo" foi incluído na lista indicativa de Portugal ao Património Mundial da UNESCO.

A candidatura "exige uma cooperação muito estreita" entre os países envolvidos, designadamente Portugal, Espanha, Brasil, Uruguai, Argentina, Chile, Filipinas, Indonésia e Cabo Verde, e "assume grande complexidade e exigência apelando para a pesquisa, inventariação e sistematização de toda a informação e documento existentes sobre o Bem (...), que será o primeiro dos bens transnacionais seriados envolvendo quatro continentes".

A criação de um Centro de Interpretação sobre a viagem de circum-navegação, a instalar "num edifício patrimonial a recuperar", é "o principal legado destas comemorações," dotando o país de um "centro de referência sobre o evento de importância mundial que foi a primeira viagem de circum-navegação", constituindo a "memória palpável e perene das comemorações para o futuro e para a formação histórica e cívica das novas gerações, assim como para a sinalização, no território nacional, das memórias dos Descobrimentos Portugueses e da Diáspora".

Destacando o "inegável contributo da circum-navegação para o processo de globalização", o programa das celebrações aposta na diplomacia económica e internacionalizando, prevendo a criação do Passaporte de Negócios Magalhães, destinado a acreditar empresas para estabelecer contactos comerciais ou de investimento com países da Rota "Magalhães".

Além disso, a Rota de Magalhães será promovida como a primeira rota turística de escala global que visa o reconhecimento da Organização Mundial de Turismo.

Fernão de Magalhães (1480-1521) notabilizou-se por ter organizado e comandado a primeira viagem de circum-navegação ao globo, ao serviço do rei de Espanha, alcançando o extremo sul do continente americano e atravessando o estreito que veio a ser batizado com o seu nome.

A viagem, a bordo da nau Victoria, começou a 20 de setembro de 1519, em Sanlúcar de Barrameda (sul de Espanha), e terminou a 06 de setembro de 1522, no mesmo local. Fernão de Magalhães foi o primeiro europeu a atravessar o estreito entre os oceanos Atlântico e Pacífico, a sul da América do Sul, que viria a ficar conhecido pelo seu apelido.

O navegador não terminou a expedição, uma vez que morreu nas Filipinas, em 1521, aos 41 anos, pelo que a viagem seria concluída pelo navegador espanhol Juan Sebastián Elcano.

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