As posições de Jean-Claude Juncker (PPE), Martin Schulz (socialistas), Guy Verhofstadt (liberais) e Ska Keller (Verdes) foram assumidas no primeiro debate alargado entre os candidatos à liderança do executivo comunitário, realizado em Maastricht, nos Países Baixos, e que não contou com a participação do grego Alexis Tsipras, candidato do Partido da Esquerda Europeia, que recusou o convite, bem como do francês José Bové, também candidato dos ecologistas..O debate, perante uma assistência de centenas de jovens, começou dominado pelos temas económicos e os quatro candidatos, embora assumindo algumas divergências, defenderam unanimemente uma maior aposta na criação de emprego e um reforço do apoio das instituições bancárias às empresas..Jean-Claude Juncker, antigo presidente do Eurogrupo e ex-primeiro-ministro do Luxemburgo, admitiu que os 'eurobonds' (títulos de dívida europeus) poderão vir a ser possíveis com uma "maior coordenação das políticas económicas" dos estados, mas não no estado atual, e afirmou que os bancos "têm de servir a economia real"..Já o alemão Martin Schulz começou a sua intervenção com um forte ataque à "especulação que tem feito imensos biliões de euros com o dinheiro dos contribuintes" e insurgiu-se particularmente contra as empresas "que exploram os jovens com comportamentos irresponsáveis", despedindo-os após os estágios..Tanto o luxemburguês como o alemão procuraram centrar a sua mensagem nos "cidadãos europeus" e relativizar as instituições.."Eu não gosto muito deste debate sobre os biliões, embora seja importante, eu quero saber como apoiar as pessoas que ganham mil ou dois mil euros, eu bati-me sempre pela criação de um salário mínimo na Europa", afirmou Juncker, candidato dos partidos de centro-direita..Na mesma linha, Martin Schulz referiu, recebendo os primeiros aplausos da assistência: "Eu quero mudar a vida dos cidadãos comuns para melhor, temos de apoiar as pessoas e não dar os parabéns aos países que estão sob programa"..Já o liberal Guy Verhofstadt enfatizou que "a única prioridade são empregos, empregos, empregos". .Num debate de uma hora e meia, o belga foi o candidato mais crítico à gestão da crise na Europa e defendeu que é preciso relançar a economia, potenciando o setor privado e com "crescimento qualificado", não apostando em "mais dívida" e com "uma união bancária que melhore a ligação entre bancos e empresas"..A candidata dos Verdes, Ska Keller, advogou que a principal questão nas eleições europeias é saber se os cidadãos "querem as mesmas políticas ou ideias novas", por "uma Europa mais democrática, com justiça social, que coloque as pessoas no centro". .O investimento na educação e na economia 'verde' foram duas das principais medidas defendidas pela alemã para criar "empregos de qualidade".