Camargo desiste da fusão com Cimpor
De acordo com o comunicado, a Camargo Corrêa enviou uma carta à Cimpor a anunciar a retirada da proposta de fusão com esta empresa, justificando essa decisão "por entender que, nalguns sectores, a manutenção daquela proposta de fusão constituiria um elemento tido por perturbador dos processos em curso".
O grupo brasileiro considerou ainda que esse facto "contraria os pressupostos do seu projecto e do modelo de intervenção adoptado (...) nos mercados internacionais em que actua".
A proposta de fusão, preliminar e não vinculativa, foi apresentada pela Camargo Corrêa e comunicado ao mercado a 13 Janeiro pela Cimpor.
O grupo mostrou-se ainda convicto, segundo o comunicado, que "os altos interesses da Cimpor e dos seus accionistas prevalecerão na busca de soluções de crescimento e afirmação do grupo Cimpor, manifestando a sua vontade de envidar todos os esforços para, neste quadro, ser parte integrante da solução que venha a ser encontrada".
Para além da proposta da Camargo Corrêa, na corrida pela Cimpor estava ainda o grupo brasileiro Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), que lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA).
Em meados de Janeiro, a CMVM abriu um processo administrativo que obrigava a Camargo Corrêa a lançar um OPA concorrente à da CSN ou então a retirar a proposta de fusão, decisão que veio hoje a ser comunicada ao mercado.
Também o grupo brasileiro Votorantim informou que está a manter desde 2008 contactos directos com accionistas da Cimpor para compra de uma participação minoritária na cimenteira portuguesa.
A proposta da Votorantim "concilia" interesses portugueses, porque não envolve a aquisição do controlo da Cimpor, afirmou já o presidente do conselho de administração do grupo.